I SÉRIE — NÚMERO 65
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Ou seja, parece que há aí uns partidos que apoiam o Governo, mas,
depois, gostam mais de falar para a bancada do que para o País, para resolver os interesses do País.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Ministro, da parte do CDS terá clareza, coerência e, nessa matéria, a
nossa colaboração total, mas a escolha dos parceiros foi de VV. Ex.as. Portanto, como diz o povo: «Diz-me com
quem andas, dir-te-ei quem és»!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, sobre essa matéria, que fique claro: não vamos falar para
nenhum sector em particular, não vamos defender nenhum negócio em particular, nem outra coisa.
Vamos defender coisas muito simples, tais como o direito à instalação, à liberdade de iniciativa e o direito do
cidadão à liberdade de escolha. Para nós, limitar estes direitos só em último recurso.
Diz o Sr. Ministro — e bem — que temos de acabar com o biscate, que é, de facto, uma realidade, que não
faz nenhum sentido, para além de que fere esses princípios, e temos exigências mais duras para as TVDE, o
que me parece claro. Do que não gostaríamos era que houvesse exigências para uns e nenhuma exigência para
outros.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Ou seja, tem de haver aqui equilíbrio e uma partilha razoável de
exigências, na defesa, desde logo, de um Estado de direito, mas também da liberdade de iniciativa e dos
cidadãos.
Sr. Ministro, as plataformas não são más em si mesmas. Aliás, o sector encomendou um estudo, e o IMT
(Instituto da Mobilidade e dos Transportes) tem um estudo, que diz que os táxis que têm ligação a plataformas
eletrónicas fazem mais 30% do serviço, têm menos 29% de quilómetros em vazio e uma rentabilidade maior do
que a dos táxis que estão fora destas plataformas. Portanto, elas têm vantagens e virtualidades.
Logo, nós gostaríamos de trabalhar nessa matéria para encontrar regras claras, simples e estáveis.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Para quê? Desde logo, para que possa gerar confiança nos investidores,
para que possa haver um sector que gera recursos e para que possa, no fundo, proteger a inovação. Mas há
que se ter cuidados, Sr. Ministro, e lembro um, com o qual concordo, e que foi dito agora pelo Deputado Bruno
Dias, que é a proteção de dados.
Mas vou mais longe: essa relação entre plataformas eletrónicas e empresas — e o Sr. Ministro falou em
empresas para acabar com o biscate — gera, da nossa parte, algumas dúvidas, desde logo, sobre como evitar
o abuso de posição dominante, sobre como para evitar, porventura, dependência económica e práticas
restritivas da concorrência, e parece-nos que é preciso. No entanto, há aqui algumas matérias com as quais
estamos de acordo, pois nós não somos favoráveis à contingentação, somos favoráveis ao licenciamento, à
qualidade e à característica da frota.
Portanto, temos aqui algumas matérias que devemos trabalhar — e, como digo e repito, para terminar —,
para, de facto, apenas e só, proteger o interesse público, o interesse dos consumidores e, obviamente, o
negócio.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem agora a palavra o Sr. Deputado Hugo Costa.