I SÉRIE — NÚMERO 70
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sociais, garantindo que não é o tamanho ou o material do berço em que nascemos que limita o tamanho dos
nossos sonhos!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para apresentar a iniciativa legislativa do PS, tem a palavra o Sr.
Deputado Ivan Gonçalves.
O Sr. Ivan Gonçalves (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Partido Socialista tem, nas últimas
décadas, um largo legado e um papel decisivo no apoio ao sistema de ensino superior em Portugal, não só no
alargamento da sua base social, mas também no crescimento do sistema de ciência do nosso País. Este papel
tem sido importante, porque é fundamental para promover uma maior igualdade de oportunidades e um maior
acesso por parte dos jovens portugueses aos sistemas de ensino.
Para esse sucesso muito tem contribuído o sistema de ação social escolar não só na sua vertente direta, a
atribuição de bolsas de estudo, mas também na sua vertente indireta, em particular nos preços que são cobrados
para a compra de refeições ou no alojamento de jovens estudantes carenciados.
Ora, estes valores têm estado, ao longo dos últimos anos, indexados aos níveis do salário mínimo nacional,
ao passo que, por exemplo, o valor mínimo de elegibilidade das bolsas de estudo de ação social escolar e o
valor calculado para atribuição dessas mesmas bolsas estão indexados ao valor do IAS, indexante dos apoios
sociais.
É sabido que este Governo tem um compromisso para aumentar o salário mínimo nacional em 600 € até
2019. Ora, este esforço beneficia não só os portugueses, mas também — temos percebido ao longo das últimas
semanas, pelos dados que têm vindo a ser revelados — a economia portuguesa, e este caminho não foi seguido
pelo anterior Governo.
No entanto, a bondade desta medida — o aumento do salário mínimo nacional — não pode esbarrar numa
consequência indireta, que é o aumento dos custos para aqueles que beneficiam da ação social escolar quando
querem adquirir a sua refeição ou pagar o seu alojamento nas residências universitárias portuguesas.
Portanto, este aumento não deve ser tido em conta, ainda para mais quando não é acompanhado pelo
aumento das suas prestações sociais, que estão indexadas ao valor do indexante de apoios sociais, como já foi
referido.
O projeto de lei que, hoje, o Partido Socialista aqui apresenta visa corrigir esta situação e vai ao encontro
daquilo que são as reivindicações dos estudantes portugueses, no sentido de que os pressupostos aumentos
que possam existir nos preços das refeições e do alojamento durante o próximo ano sejam tidos em função
daquele que será o aumento do IAS e não do salário mínimo.
Assim, estes eventuais aumentos abruptos seriam prejudiciais para os estudantes mais carenciados e a
nossa função neste Parlamento é a de impedir que estes aumentos tenham lugar. Quando a Sr.ª Deputada
Margarida Balseiro Lopes falou no maior aumento de sempre dos custos das refeições e do alojamento não está
a ser séria, porque, na verdade, esse grande aumento não existiu. O Partido Socialista e os partidos desta
Assembleia estão precisamente a discutir estas propostas para que esse aumento não seja feito.
No entanto, de uma coisa temos a certeza: durante os últimos quatro anos, o Partido Social Democrata e o
CDS foram governo e nada fizeram para alterar a situação, e a indexação ao IAS já existia. Por um lado, talvez
porque não tivessem vontade de o fazer e, por outro, porque os portugueses tinham uma certeza: durante os
quatro anos do vosso Governo, não existiu aumento do salário mínimo e, portanto, o preço das refeições e do
alojamento não aumentava. Os portugueses não tinham aumento do salário mínimo. Essa era a certeza de que
todos os portugueses beneficiavam!
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Não vou falar das medidas que este Governo tem tomado no sentido, por exemplo, de contratualizar a
atribuição de bolsas de estudo por períodos de três anos — uma antiga reivindicação dos estudantes e para as
quais o anterior Governo também não fez nada —, porque aquilo que me parece que, neste momento, é