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I SÉRIE — NÚMERO 89

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e competência, não consegue, junto do Primeiro-Ministro e do Ministro das Finanças, ultrapassar os graves

problemas que o setor da saúde enfrenta.

Os profissionais, que conhecem a realidade e se preocupam com a situação dos seus doentes, não estão

satisfeitos. Têm motivos legítimos para reclamar muito mais do que promessas, para reclamar responsabilidade

e respostas concretas, que já tardam, por parte deste Governo.

Não nos chegava o acesso aos cuidados de saúde estar comprometido, temos também as questões da

insatisfação dos profissionais, as questões da falta de investimento, do subfinanciamento do setor, que persiste,

assistindo-se a cortes na despesa e no investimento em saúde, face ao que estava até orçamentado.

Ao fim de um ano e meio, o Governo e as bancadas que o apoiam não podem continuar a fazer malabarismo

político e dizer aos portugueses que tudo vai bem na saúde. Não podem mesmo apontar o dedo para o que está

mal, para tentar satisfazer os seus apoiantes, mas depois não retirarem consequências políticas efetivas e não

serem consequentes com o que prometeram.

Valerá aqui a pena lembrar que, nas retóricas de outros tempos e por muito menos, o que ouvíamos por

parte dessas bancadas era falar de destruição, desmantelamento e desinvestimento, o que também merecia

ruidosos protestos à porta dos centros de saúde e dos hospitais. Onde estão esses agora? Podem os

portugueses contar com eles?

Mais: não queiram, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, persistir em dizer aos portugueses que o que de bom

acontece neste período de tempo é mérito vosso e que os graves problemas que a realidade da saúde evidencia

são sempre culpa do passado e que em nada vos dizem respeito. Chega de «jogo de passa culpas», os

portugueses não se deixam ludibriar.

Para o CDS, é tempo de o Governo assumir responsabilidades, é tempo de mostrar que sabem governar,

com respostas concretas e efetivas para os mais vulneráveis. Chega de promessas que não se cumprem, chega

de adiar a nossa esperança.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para fazer perguntas à Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, estão inscritos

quatro Srs. Deputados.

Entretanto, a Mesa foi informada de que a Sr.ª Deputada irá responder aos dois primeiros pedidos de

esclarecimento e, depois, aos outros dois.

Sendo assim, para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Graça.

O Sr. Luís Graça (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto traz-

nos aqui, mais uma vez, o debate sobre a saúde e começa logo pela dívida.

Sr.ª Deputada, a dívida está em linha com o plano orçamental aprovado e aquilo que nos separa dos últimos

quatro anos da direita é que os quatro anos de Governo PSD/CDS são caracterizados pelo desvio: desvio

orçamental, desvio na dívida, desvio nos índices sociais.

O Sr. João Galamba (PS): — Muito bem!

O Sr. Luís Graça (PS): — E este tem sido o tempo de cumprir, cumprir as metas orçamentais, cumprir a

dívida e investir na melhoria dos cuidados de saúde. Esta tem sido a grande diferença, no último ano e meio. E

o défice de 2% não foi um milagre, foi fruto do esforço dos portugueses e do trabalho do Governo.

Ao contrário do PSD e do CDS, que, quando estavam no Governo, queixavam-se dos sindicatos e achavam

todas as greves injustas,…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Agora até as saúdam!

O Sr. Luís Graça (PS): — … o Partido Socialista e o Governo consideram que a greve é um direito

fundamental em democracia. E neste caso da greve dos médicos é até um direito justificado, em muitas das

reivindicações que aqui trazem. Desde logo, porque entre 2011 e 2015, não sendo os médicos a classe mais

desfavorecida, foram uma das classes mais fustigadas pela governação do PSD e do CDS.