19 DE MAIO DE 2017
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O Sr. Moisés Ferreira (BE): — É mesmo isso!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Cresçam! Cresçam, ganhem maturidade, estejam no Governo,
porque, de facto, o vosso problema é esse: não assumem responsabilidade em relação ao que é a governação.
Por último, Sr. Deputado Moisés Ferreira, o que queríamos dizer é que não deve ser com o CDS que o senhor
tem de se articular, penso que é mais com as bancadas que consigo suportam este Governo.
Relativamente às questões que coloca, proponho que as debata com os médicos e os enfermeiros que
fizeram greve há semanas, porque acusaram este Ministro de, ao longo de um ano, ter feito de Ministro de
relações públicas, de não ter respondido às legítimas aspirações a que, agora, que já não estamos em período
de assistência financeira, teríamos possibilidade de responder de outra maneira.
Portanto, desafio-o a ouvir o que dizem os médicos e os enfermeiros, os tais recursos humanos que os
senhores diziam que iam estar perfeitamente satisfeitos… Não, não estão, Sr. Deputado! E é preciso ouvir aquilo
que eles nos dizem, porque estão perto dos doentes e porque, efetivamente, há hoje condições para acabar
com um problema que os senhores dizem que existe, que é o do subfinanciamento. Os senhores orçamentaram
verbas para a saúde que não cumpriram e isto é subfinanciamento, que os senhores agravaram. A saúde não
pode contar com as vossas bancadas.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma segunda ronda de perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado
Luís Vales.
O Sr. Luís Vales (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, começo por saudá-la pela
oportunidade da declaração política que apresentou.
De facto, ao contrário daquilo que tem vindo a ser propagandeado pelo Governo e pelos partidos que o
apoiam, o nosso SNS vive tempos conturbados. O investimento foi cortado em 34%, em 2016, e nestes primeiros
três meses do ano já caiu mais 20%. Foi reduzida a aquisição de bens e serviços nos hospitais públicos e a
oferta hospitalar não aumentou em 2016.
Srs. Deputados, em quatro anos de plena crise económica e financeira em Portugal o anterior Governo
construiu sete hospitais do SNS. A despesa do SNS com médicos tarefeiros foi a mais alta dos últimos três anos.
De norte a sul do País, multiplicam-se as situações de degradação dos serviços de saúde e a despesa com
as PPP (parcerias público-privadas) na saúde está a aumentar. Este Governo terminou com a experiência do
enfermeiro de família e a quota dos medicamentos genéricos estagnou.
A resposta do atendimento dos serviços de emergência piorou. Só no último ano foram perdidas 9705
chamadas devido à demora no atendimento do INEM.
Em março deste ano, os pagamentos em atraso nos hospitais do SNS aumentaram 157 milhões, face a 2016.
É que, num ano e meio, o PS, e os seus aliados, fez mais de um terço do caminho para o desastre a que
conduziu o SNS há seis anos.
Srs. Deputados, se, em 2015, a dívida do SNS à Apifarma era de 625 milhões de euros, em março deste ano
já é de 892 milhões de euros, e o que verdadeiramente é dramático, Srs. Deputados, é que faltam apenas só
mais 300 milhões de euros para chegarmos à situação insustentável a que chegámos em 2011.
Sr.as e Srs. Deputados, amanhã vão ser votados, nesta Câmara, dois projetos de resolução do PSD a
recomendar ao Governo que aumente o investimento e reduza as dívidas do SNS e diminua o recurso a médicos
tarefeiros.
Sr.ª Deputada, pergunto-lhe o seguinte: de que forma é que o CDS irá votar estes nossos projetos de
resolução, mostrando assim ao Governo, ao Partido Socialista e aos seus aliados, que o apoiam aqui nesta
Câmara, que é tempo de o Governo arrepiar caminho ou, então, continuarão a destruir, a desmantelar e a
desinvestir no SNS?
Aplausos do PSD.