O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 89

12

e a dizer sempre o mesmo»?! Ou, então, é mais complicado. Pretendem, única e simplesmente, aprisionar o

Partido Socialista e condicioná-lo para que, em nome do poder e para o preservar, venham a favorecer o que

querem?! Para nós, os trabalhadores merecem-nos respeito.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª MariadasMercêsSoares (PSD): — O que foi feito foi em sede de concertação social. Se se quer

mudar, que se mude nesse plano, em concertação, coisa que o PCP, a CGTP (Confederação Geral dos

Trabalhadores Portugueses) e outros não consideram, não respeitam e não valorizam. Para nós, vale muito.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Tiago Barbosa

Ribeiro.

O Sr. TiagoBarbosaRibeiro (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rita Rato, começo por descansar a Sr.ª

Deputada Maria das Mercês Soares.

Sr.ª Deputada, deixe-me que a descanse: ninguém aprisiona o Partido Socialista. O PS é um partido de

liberdades e é um partido de liberdade na condução política da sua estratégia e da sua orientação política neste

Parlamento e fora dele.

Aplausos do PS.

Risos da Deputada do PSD Maria das Mercês Soares.

Felicito a Deputada Rita Rato pelo tema que aqui traz hoje, um tema muito importante e que releva uma

preocupação fundamental com aquela que deve ser a prioridade que todos os partidos políticos deveriam ter

nesta Câmara: a dignidade. A dignidade das pessoas e do trabalho está à frente de quaisquer outros valores,

está à frente dos valores do lucro, está à frente dos valores da desigualdade na acumulação salarial, está à

frente da desigualdade naquilo que representam horários de trabalho desregulados, falta de contratos de

trabalho, falta de contratação coletiva, falta de regulação.

Sabemos que essa dignidade foi violada ao longo de quatro anos pelo Governo PSD/CDS e fizeram-no de

várias formas. Fizeram-no baixando salários por via direta e por via indireta, fizeram-no atacando sindicatos —

ainda hoje, a Deputada Assunção Cristas falou da institucionalização da cunha pelos sindicatos nos planos de

regularização de precários na Administração Pública —,…

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Bem lembrado!

O Sr. TiagoBarbosaRibeiro (PS): — … fizeram-no enfraquecendo a contratação coletiva, fizeram-no

alargando o leque e os prazos para contratações a termo e para precarizar, reduzindo, assim, prestações de

subsídio de desemprego e a amplitude do nosso sistema de proteção social.

Com isso, não resolveram nenhum problema de produtividade da nossa economia. Com isso, agravaram a

dualização do nosso mercado de trabalho. Com isso, condenaram mais do que uma geração ao limbo da

precariedade e ao inferno dos falsos recibos verdes.

Sabemos o que estamos a fazer e sabemos que estamos bem a inverter o rumo que foi seguido pelo anterior

Governo. Sabemos que a direita, na oposição, continua refém da estratégia que seguiu quando esteve no

governo. É por isso que, perante a realidade, continua a falar da sua propaganda e não daquilo que está

efetivamente a acontecer no País.

Hoje, sabemos que temos de regular, sabemos que temos de intervir no mercado de trabalho para travar a

precariedade, porque não há emancipação com menos direitos sociais e com menos direitos laborais. A

precariedade é uma ausência limite à liberdade, é uma ausência de direitos e é uma ausência de capacidade

de afirmação dos direitos individuais.