I SÉRIE — NÚMERO 89
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patronato, aumentar o horário de trabalho, dificultar a articulação entre a vida familiar e a vida pessoal. E,
portanto, Sr. Deputado, não há grandes dúvidas! Aliás, parece-nos claro, e até da vida, que essa bancada não
esteja no mesmo lado que nós, que não nos possa acompanhar no conteúdo, porque o PSD e o CDS são
responsáveis por uma revisão do Código do Trabalho que colocou as relações laborais a um nível inaceitável,
profundamente fragilizadas para os trabalhadores, e, por isso mesmo, mais nos admira que um democrata-
cristão não se preocupe com a articulação da vida familiar e da vida profissional.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ora bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Preocupa-nos que um democrata-cristão não tenha esse tipo de preocupações
quando aqui dei exemplos de várias empresas com 12 horas de trabalho diário. Onde é que está a família?
Onde é que está a política de natalidade do CDS, quando convivem bem com 12 horas de trabalho?!
Aplausos do PCP.
Onde é que está o discurso da natalidade, a importância da família, quando aquilo que promovem todos os
dias é a desestruturação das famílias dos outros?
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É a desestruturação de quem não tem condições para acompanhar os filhos, de
quem não tem condições de acompanhamento da sua vida familiar.
Por isso, parece-nos muito claro que, de facto, o que custa muito ao CDS e ao PSD é entenderem um
caminho de desenvolvimento do País que preveja a existência e o reforço dos direitos dos trabalhadores. Os
senhores não se conformam com isto. Os senhores não se conformam com o facto de a nossa Constituição
garantir e tomar parte sobre os direitos dos trabalhadores. Os senhores não se conformam com o facto de a
nossa Constituição prever que há uma parte mais fraca na relação de trabalho que tem de ser protegida.
Também nos admira isto! Também há de ter sido por isso que o CDS votou contra a Constituição em 1976.
Portanto, isto é só coerência!
Aplausos do PCP.
Da nossa parte, Srs. Deputados, é profundamente coerente continuarmos a bater-nos pelas 8 horas de
trabalho diário.
O PSD dizia, há pouco, que o PCP traz, mais uma vez, as questões dos horários de trabalho. Ó Sr.ª
Deputada, queria que trouxéssemos o quê?! Se as questões dos horários e dos salários são as que marcam o
dia a dia das pessoas, se são aquelas que mais criam dificuldades à sua vida,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — … se são as que criam mais dificuldades às suas condições de subsistência,
queria que viéssemos falar do quê?!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Queríamos mais ação! Mais ação!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Os horários de trabalho são determinantes. O respeito pelo horário de trabalho é
determinante.
Por isso mesmo é que a reposição das 35 horas de trabalho na Administração Pública, que tanto custou ao
PSD e ao CDS,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Que votaram contra!