I SÉRIE — NÚMERO 89
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A Sr.ª RitaRato (PCP): — Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro, sobre esta matéria queria dizer-lhe que o
PCP tem propostas apresentadas que quer ver discutidas porque entende que às palavras têm de corresponder
atos.
A Sr.ª MariadasMercêsSoares (PSD): — Ah pois!…
A Sr.ª RitaRato (PCP): — Portanto, o combate à precariedade tem de ter medidas concretas que
concretizem esse compromisso.
Da parte do PCP, foi dado mais um passo importante no âmbito da Administração Pública, mas é preciso ir
mais longe, designadamente no âmbito do setor privado. Por isso, cá estaremos para revogar normas mais
gravosas do Código do Trabalho que facilitam e promovem a precariedade mas que não garantem condições
de vida dignas e, por isso mesmo, esse é o contributo do PCP.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Filipe
Anacoreta Correia.
O Sr. FilipeAnacoretaCorreia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rita Rato, felicito o tema que
trouxe a debate, mas devo dizer que não posso felicitar nem acompanhar…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Fica para a próxima!
O Sr. FilipeAnacoretaCorreia (CDS-PP): — … o tom e muito menos o conteúdo da sua intervenção, que
nos pareceu claramente fora de tempo e desadequado.
A Sr.ª Deputada Rita Rato fez uma declaração política em que alegadamente está preocupada com a
situação dos trabalhadores, mas começa, desde logo, por atacar o capital.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Está a referir-se a Karl Marx?!
O Sr. FilipeAnacoretaCorreia (CDS-PP): — Ora, a Sr.ª Deputada acha que há algum português que
considere que é atacando o capital que se cria emprego, que abrem empresas, que se dinamiza a economia,
que se defende o que os trabalhadores mais precisam neste momento no nosso País?! A Sr.ª Deputada acha
que há algum país na Europa e no mundo que conquista um ganho para os trabalhadores dessa maneira?!
Não, Sr.ª Deputada, a sua visão está completamente ultrapassada e eu creio que nem mesmo alguns dos
sindicatos que apoiam a sua posição partidária se reveem nesse posicionamento.
Além disso, a Sr.ª Deputada fez uma declaração política a lamentar as intervenções do anterior Governo,
dizendo que atacaram a legislação laboral e que isso significou um grande ataque aos trabalhadores. Sr.ª
Deputada, isso aconteceu numa altura em que a taxa de desemprego estava a diminuir e a criação de emprego
a aumentar. E os senhores o que é que diziam nessa altura? Diziam: «Isto vai significar o aumento da taxa de
desemprego, isto é o fim do direito dos trabalhadores». E agora?! E agora onde é que estão?!
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
Sr.ª Deputada, está enganada!
Mais, Sr.ª Deputada: se essas reivindicações que aqui invocou são tão importantes, por que é que não as
incluiu no acordo de coligação com o atual Governo? Por que é que silencia que esse Governo está a pôr de
parte essa sua agenda? Por que é que o PCP, no último agendamento potestativo em que apresentou propostas
— e a Sr.ª Deputada estava presente —, não apresentou todas essas propostas?
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.