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19 DE MAIO DE 2017

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Obviamente, votaremos a favor das vossas propostas, porque aquilo que esperamos é que quem está no

Governo governe e assuma as suas responsabilidades.

O Sr. Deputado João Ramos fez vários comentários, mas eu gostava, efetivamente, de o desafiar a falar para

os grevistas médicos e enfermeiros que estão junto dos pacientes…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora!… Lágrimas de crocodilo!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Estivemos lá com eles!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … e retirar efetivas consequências políticas dessa presença que o

senhor diz que tem.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Estivemos lá com eles!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Isto porque o que eu lhe queria dizer, se me deixarem continuar, é

que efetivamente esses grevistas esperam respostas suas e do seu Governo, do Governo que o senhor apoia.

Aplausos do CDS-PP.

Portanto, não nos dirija a nós as perguntas quando são os senhores que estão no Governo, são os senhores

que têm poder! Não podem à segunda, quarta e sexta-feira apresentar propostas das quais não retiram

consequências e a seguir votar ao lado do Governo aquilo que tem a ver com a manutenção de condições que,

ao longo de um ano, o Ministro das relações públicas não foi capaz de resolver, muito menos de empenhar o

Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças na resolução desses mesmos problemas.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Portanto, termino dizendo que o senhor suporta o Governo e que a

sua bancada tem dificuldade em explicar aos portugueses que uns dias é seu, noutros dias já não é, ou seja, no

dia em que tudo corre bem e há crescimento é seu, o mérito é vosso, nos dias em que há problemas na saúde

os senhores lavam as mãos como Pilatos e aí já não são do Governo. Em que ficamos, Sr. Deputado? Em que

ficamos?!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputados: Em pleno século XXI, no ano de 2017, as fortunas

dos oito homens mais ricos do planeta equivalem ao rendimento das 3,6 mil milhões de pessoas mais pobres

do mundo. Esta gritante aberração nada tem de novo. Na verdade, pobreza e exploração nada têm de moderno,

serão talvez mesmo do que mais milenar existe na história da humanidade, e por isso mesmo causa de combate

tão urgente e atual.

Os avanços científicos e tecnológicos que a humanidade tem conhecido não têm tido como objetivo primeiro

nem tradução direta na melhoria das condições de vida de milhões de seres humanos por todo o mundo.

Por isso, a pergunta que fazemos é a quem tem servido a evolução significativa da ciência e a tecnologia.

Ao serviço de quem têm estado as surpreendentes descobertas científicas e tecnológicas das últimas décadas

e séculos? Qual o seu impacto numa mais justa distribuição da riqueza, na redução dos horários de trabalho,

na melhoria das condições de vida?

Passados mais de 131 anos do primeiro 1º de Maio, a luta pela fixação das 8 horas de trabalho e pela redução

do horário de trabalho é de uma incrível atualidade. Incrivelmente infeliz, na verdade.

Foi esta a reivindicação que esteve na base da criação de uma nova jornada de trabalho, que constituiu o

marco histórico de uma sociedade mais justa.