24 DE NOVEMBRO DE 2017
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — O exemplo mais recente do SIRESP (Sistema Integrado de Redes de
Emergência e Segurança de Portugal), mas também todo o cortejo de ruinosos contratos no setor rodoviário e
na saúde, confirmam não apenas o prejuízo que resulta das PPP para o Estado, o serviço público e as
populações, mas também a necessidade de enfrentar o problema das PPP, retomando o controlo público dos
serviços em causa.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso exige, no imediato, a não renovação dos contratos de PPP, a par da revisão
dos contratos existentes, com o objetivo da reversão dos serviços e das infraestruturas para o Estado.
Numa primeira fase desse processo, o PCP propõe que, já em 2018, o Estado transfira para as
concessionárias das PPP apenas as receitas que arrecadar pelas concessões — portagens, taxas moderadoras,
etc. —, acrescidas das verbas que garantam a manutenção dos postos de trabalho, necessários à prestação do
serviço de cada concessionária.
Propõe-se, ainda, que fique vedada a renovação de contratos de PPP que venham a caducar, bem como
que sejam tomadas as medidas necessárias para remeter para os tribunais estaduais a resolução dos litígios
existentes no âmbito desses contratos.
Se os Srs. Deputados querem mesmo…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado. Já ultrapassou o tempo de que dispunha.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — … «consolidação estrutural» no Orçamento, aqui têm muito por onde pegar:
olhem para as PPP e aprovem a nossa proposta.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, hoje, tem de haver um grande rigor com os tempos.
Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, estranha
maioria, esta! É uma maioria, de facto, muito estranha, Srs. Deputados, porque no mesmo dia os mesmos
Deputados estão a favor de dar mais 12 milhões de euros aos Srs. Membros do Governo para financiarem os
seus gabinetes, estão a favor de reforçar, em 23%, o orçamento destes senhores e estão contra a limitação das
cativações nos serviços públicos.
Aplausos do PSD.
Uma vergonha! Os mesmos, no mesmo dia, com poucos minutos de diferença!
E, Sr. Secretário de Estado do Orçamento, nós já tínhamos percebido que o senhor a fazer contas não era
brilhante,…
Protestos do PS.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Não seja desagradável!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … mas o relatório da UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) pode
ajudá-lo. O limite que apresentámos como teto para as cativações é inferior à média do teto daquilo que foi feito
nos quatro anos de austeridade. Agora que a austeridade terminou, estamos a pôr, mesmo assim, um limite
superior, e os senhores estão contra.
Há degradação dos serviços públicos, todos o dizemos, incluindo partidos que suportam o Governo, mas no
momento da verdade estão contra que se estabeleça um teto para as cativações.