24 DE NOVEMBRO DE 2017
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O Sr. Luís Monteiro (BE): — Muito bem!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Como é que o PSD votou? Votou a favor? Não! Não votou a favor, votou
contra. Portanto, Srs. Deputados, de conversa fiada, nós estamos fartos.
Queria falar de duas propostas muito importantes para as pessoas e para quem vive do seu trabalho, no
nosso País.
Em 2012, o Governo da direita alterou o limite máximo do subsídio de desemprego e introduziu um corte de
10% nos subsídios concedidos há mais de 6 meses, apresentando perversamente esse corte como um incentivo
à procura ativa de emprego por parte dos beneficiários.
Ora, Srs. Deputados, a ideia de que a desproteção e a pobreza são incentivos à ativação — uma ideia muito
própria do PSD e do CDS — parte de um preconceito inaceitável sobre as pessoas, que as trata como
preguiçosas, que as trata como fraudulentas em potência e decorre de uma conceção errada, segundo a qual o
subsídio de desemprego seria um favor do Estado e não um direito dos trabalhadores resultante dos seus
descontos.
A norma que avocamos e a aprovação da proposta do Bloco repõe justiça para dezenas de milhares de
desempregados, acabando com o corte de 10%, e repõe também, o que não é pouco, dignidade na relação
entre o Estado e os seus cidadãos.
O mesmo diremos da proposta de complemento de pensões. É uma medida muito importante contra uma
injustiça gritante que o anterior Governo fez aos pensionistas, trabalhadores que tinham entre 30 e 40 anos de
descontos e que ficaram com cortes entre 50% e 70% da sua pensão, abaixo do limiar da pobreza.
Com esta norma, o Bloco garante que nenhum pensionista com estas carreiras contributivas fica com um
rendimento abaixo do limiar da pobreza.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Virgínia Pereira.
A Sr.ª Ana Virgínia Pereira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, o PCP
apresenta propostas para ir mais longe no reforço do ensino superior e da ciência: estabilidade dos bolseiros de
investigação científica e a atualização do montante das bolsas; o reforço dos meios para os laboratórios do
Estado; o alargamento da ação social escolar para garantir o direito à educação para todos, mesmo nos níveis
mais elevados de ensino; o não agravamento de situações financeiras dos estudantes e das suas famílias, ao
nível das propinas.
Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, o recurso aos bolseiros de investigação para realizar o trabalho
científico do SCTN (Sistema Científico e Tecnológico Nacional) é uma forma de desvalorizar este trabalho pela
precariedade dos vínculos existentes.
Para combater essa precariedade, o PCP propõe a integração progressiva de todos os bolseiros na carreira
científica e, enquanto esta integração não for concretizada, uma atualização anual da bolsa, para além de uma
atualização extraordinária em 2018.
Para o PCP, os laboratórios do Estado são instrumentos essenciais para a soberania nacional, em todas as
áreas em que prestam serviços e desenvolvem atividade científica e têm que ser repostas as suas condições
de funcionamento, designadamente a sua modernização e o reforço de meios.
Para efetivar políticas de ação social escolar e garantir o acesso de todos à educação, o PCP propõe a
criação de um plano para a construção e adaptação de residências universitárias por todo o País, permitindo o
aumento de mais 1000 camas em 2020.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Ana Virgínia Pereira (PCP): — O PCP defende a gratuitidade do ensino em todos os graus e a
abolição das propinas. Porém, como é urgente aliviar a situação financeira dos estudantes e das suas famílias,
o PCP propõe que seja suspenso o aumento das propinas, durante o ano letivo de 2018/2019.