30 DE NOVEMBRO DE 2017
5
(PAN); e o projeto de resolução n.º 1108/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo a criação de um programa
específico de apoio à instalação e implementação de modelos de silvicultura que utilizem carvalhos,
castanheiros e outras folhosas (PAN).
Para apresentar as iniciativas da autoria do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão, a quem
aproveito para dar os parabéns pelo aniversário, que é uma coisa que toca a todos.
Aplausos e risos gerais.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, antes de mais, o meu muito
obrigado a todos.
O PSD apresenta neste debate oito iniciativas legislativas que têm como razão primeira a obrigação de
prestar justiça aos que morreram, aos que ficaram feridos, aos que perderam familiares e amigos, aos que se
viram despojados dos seus bens, aos que ficaram sem nada e a todos aqueles que sofreram e ainda sofrem.
Os portugueses, todos os portugueses, e, em especial, as vítimas exigem-nos por isso ação. Exigem-nos
ação com medidas. Exigem-nos ação com medidas adequadas de forma a que o horror que aconteceu não se
repita.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Os portugueses e, em especial, as vítimas não perdoarão a todos os que
lhe faltaram, pondo em causa as suas vidas, bem como a sua subsistência, como muito bem vem demonstrado
no relatório sobre os incêndios de Pedrógão Grande, cuja Comissão Técnica Independente, em boa altura, o
PSD teve a iniciativa de apresentar e que foi aprovada por unanimidade. Os portugueses e, em especial, as
vítimas estão e estarão vigilantes, são e serão exigentes, não perdoam e não perdoarão se, de novo, quem tem
a obrigação de os proteger e socorrer voltar a falhar. Repito: os portugueses e, em especial, as vítimas terão
tolerância zero a quem, por negligência ou desleixo, voltar a deixar abandonadas vastas áreas do território
nacional ou deixar «ao Deus dará» as suas populações, como se não houvesse socorro, nem Estado, nem País.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Temos País e dele nos orgulhamos.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Temos Estado e queremo-lo atento, eficaz e presente. Temos estruturas
e meios de socorro e queremo-los a funcionar.
Falta-nos, sim, e de há muito, capacidade organizativa, coragem para encontrar soluções para conseguir que
todos falem uns com os outros, coordenando-se. Falta-nos exigência, responsabilidade, fiscalização e acabar
de uma vez com a partidarização do Estado e, em especial, dos lugares de natureza técnica e operacional.
Aplausos do PSD.
Ou seja, precisamos com urgência de um Estado que funcione com eficácia, com competência, com
capacidade de agregar e de chamar a si os mais qualificados e, principalmente, que tenha como preocupação
central o socorro e o auxílio, quando faz falta, e a segurança e tranquilidade das pessoas no seu dia-a-dia.
Assim sendo, e regressando às iniciativas legislativas que não podem deixar de estar enquadradas no Estado
que deve funcionar com eficácia, destaco, desde já, a que cria a unidade militar de emergência. Refira-se que o
relatório produzido pela Comissão Técnica Independente diz que as Forças Armadas, e cito, «(…) sendo agentes
de Proteção Civil, não estão devidamente enquadradas nos dispositivos e estão subaproveitadas nas operações
de defesa da floresta e no combate aos incêndios rurais».
Sempre que ocorrem catástrofes naturais com consequências nefastas, como é o caso dos incêndios, os
portugueses perguntam-se do porquê da ausência dos militares nas ações de patrulhamento, anteriores à
ocorrência da catástrofe, da logística, no que respeita ao seu combate, e da vigilância das respetivas
consequências, designadamente dos reacendimentos.