I SÉRIE — NÚMERO 23
6
Srs. Deputados, agora sim, vamos dar início à fase de perguntas.
Em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e
Srs. Membros do Governo: Permitam-me que, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata,
dirija uma primeira palavra de saudação ao Ministro Mário Centeno pela sua eleição para Presidente do
Eurogrupo, desejando-lhe, nessas funções, a maior das felicidades.
Sr. Primeiro-Ministro, ouvi-o com atenção e creio que conhece bem, por exemplo, o último estudo publicado
a propósito das desigualdades sociais e da forma como Portugal lidou com elas no período mais difícil da crise.
Risos do Deputado do PS João Galamba.
Creio que o conhece, mas não me dispenso de ler um parágrafo que creio ser elucidativo para o debate que
estamos aqui a travar. Diz o estudo, e cito: «Portugal era um País com muito maiores desigualdades (…) antes
da crise e (…), tendo sido obrigado a ‘apertar o cinto’, conseguiu fazê-lo protegendo (…) os elementos mais
vulneráveis da sociedade».
O Sr. João Galamba (PS): — Com o corte no rendimento social de inserção, etc.!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Quer isto dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que a desigualdade na
distribuição de rendimentos e a taxa de intensidade da pobreza, por exemplo, já vinham a diminuir desde 2014.
Creio que também não desconhece — e terá sido propositado o facto de não ter comparado número algum
com os de 2014, mas sempre com os de 2015 — que desde 2014 que o desemprego desce em Portugal, que a
economia cresce e que tudo isto é essencial para combatermos as desigualdades.
Nessa luta não aceitamos lições de ninguém e creio que o caminho é de continuidade, pelo que saudamos
o Governo por travar também connosco, na linha do que vínhamos a fazer, a recuperação das desigualdades
— e há muito, evidentemente, por fazer, Sr. Primeiro-Ministro. Mas combater as desigualdades é também criar
condições nos serviços públicos para que os nossos concidadãos lhes possam aceder e ter neles aquilo que
esperam, por força dos impostos que pagam.
A primeira pergunta que lhe faço, Sr. Primeiro-Ministro, é no sentido de saber se tem estado alerta para todas
as chamadas de atenção que a Direção-Geral da Saúde (DGS), a Ordem dos Enfermeiros e a Ordem dos
Médicos têm feito relativamente ao surto da gripe. A pergunta é muito concreta: podem os portugueses estar
descansados relativamente à preparação deste período mais difícil que sempre acontece, repetidamente, todos
os anos, nas urgências hospitalares? Está o Serviço Nacional de Saúde (SNS) preparado para acorrer a quem
dele precisar nos próximos meses?
Aplausos do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O PSD proibiu a Legionella, agora o Governo vai proibir o vírus da gripe!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hugo Lopes Soares, aquilo que lhe posso dizer é
que temos vindo a reforçar, continuadamente, os recursos e a capacidade de intervenção do Serviço Nacional
de Saúde, designadamente com o reforço de pessoal, de forma a estarmos mais bem prevenidos e em melhores
condições para enfrentar aquilo que é uma decorrência normal deste período, que é a de haver uma maior
circulação do vírus da gripe.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Hugo Soares.