7 DE DEZEMBRO DE 2017
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Aquilo que os senhores queriam fazer aqui não era facilitar nem criar nenhum benefício fiscal para os residentes
em Pedrógão, o que pretendiam era diminuir as competências dos municípios portugueses, retirando-lhes as
autonomias para a fixação das isenções em matéria de IMI.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, ainda, a palavra o Sr. Deputado Hugo Lopes Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, um conselho: se está com
dificuldades de comunicação, um qualquer folk group volta a resolver essa questão, não há problema nenhum.
Risos do PSD.
O Sr. Primeiro-Ministro não se lembrou de diminuir as competências das câmaras municipais quando
aprovou, aqui, o IMI sobre as vistas. O senhor não se lembrou de que estava a atacar as competências das
câmaras municipais quando, nesta proposta de Orçamento do Estado, criou isenções por via da proposta de
Orçamento do Estado.
O Sr. João Galamba (PS): — A competência já é delas!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — O que o senhor quis fazer foi recusar a todos os cidadãos que perderam
as suas casas, porque o Estado de que o senhor é Primeiro-Ministro lhes falhou, a possibilidade de eles não
pagarem um imposto relativo a um bem que já não existe. Se o senhor não quer assumir essa responsabilidade,
não a assuma e diga aqui: «Eu sou contra esta isenção de IMI». Não chute para as câmaras municipais aquilo
que deveria ser o senhor a fazer para todos, porque era assim que era justo e era assim que era humanamente
exigível por parte de um governo.
Aplausos do PSD.
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
Já agora aproveito a sua presença neste debate, Sr. Primeiro-Ministro, para uma outra questão. Ouvi um
Deputado do Partido Socialista fazer um exercício difícil, ouvi o líder parlamentar do Partido Socialista a tentar
fazer um exercício ainda mais difícil, mas, depois, neste fim de semana, percebi que não havia exercício que
lhes valesse,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é um caso de insucesso escolar!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — … porque, afinal de contas, foi o Sr. Primeiro-Ministro quem ordenou à
bancada do Partido Socialista que fizesse um flic-flac à retaguarda.
Portanto, pergunto ao autor dessa ordem: qual foi a razão, Sr. Primeiro-Ministro, para ter ordenado à sua
bancada que alterasse a votação de sexta-feira para segunda-feira, naquilo que já ficou conhecido como o
imposto sobre as energias eólicas?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, em primeiro lugar, respeitar as competências dos outros não é
chutar a responsabilidade para ninguém, utilizando a sua linguagem,…
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Muito bem!