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7 DE DEZEMBRO DE 2017

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Qual é a posição do Governo português sobre a necessidade de uma reforma da zona euro, para que deixe

de ser um fator de divergência e passe a ser um fator de convergência das economias? Esse é um debate que

há dois anos era um debate tabu. Hoje, felizmente, a Comissão Europeia apresenta ela própria propostas para

a reforma da zona euro.

A Sr.ª Deputada perguntar-me-á: «Concorda com essas propostas?». Não posso subscrevê-las todas,

porque algumas vão no bom sentido, outras vão no mau sentido e outras requerem bom e muito trabalho, e é

para isso que todos somos desafiados. Essa ideia de que na Europa dos 19 só um é que manda é uma posição

derrotista que não podemos assumir. Nós somos tão iguais no Eurogrupo como qualquer outro Estado-membro.

E há uma coisa de que hoje podemos ter a certeza, é que ao termos um Presidente do sul, não voltaremos a

ouvir o Presidente do Eurogrupo referir-se aos países do sul da mesma maneira, como há muito pouco tempo

ouvimos o cessante Presidente do Eurogrupo a fazer.

Pergunta-me se vamos ter o euro com que sonhamos. Não sei se vamos ter o euro com que sonhamos, mas

há um sonho de que não podemos abdicar, que é o de nos batermos pelo euro que queremos, pelo euro que

merecemos e, sobretudo, pelo euro que a Europa precisa.

Aplausos do PS.

Essa é a batalha que iremos travar e acho que estamos hoje em melhores condições de o poder fazer do

que se não tivéssemos a presidência do Eurogrupo.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Faça favor de prosseguir no uso da palavra, Sr.ª Deputada

Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro não encontra no Bloco de Esquerda

nenhum derrotismo sobre a Europa ou sobre o Eurogrupo.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Derrotismo seria considerarmos que tínhamos de ficar para sempre com

uma dívida pública que tem um peso que sangra a nossa economia e que não pode ser reestruturada.

A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Derrotismo seria considerar que depois das eleições alemãs já não há nada

a fazer. Derrotismo seria considerar que Portugal não tem nada a fazer senão seguir os ditames que não têm

trazido nada de bom ao nosso País.

Na verdade, a questão que colocamos e que nos preocupa é que não compreendemos quais são os passos

a seguir para que mude seja o que for.

Do ponto de vista europeu, temos muitas dúvidas que alguma coisa mude no sentido da convergência na

Europa, mas sabemos que, a ocorrer, essa mudança não vai passar seguramente pelo Eurogrupo.

Do ponto de vista nacional, ouvimos o Sr. Presidente da República dizer que agora havia mais exigência

sobre o nosso País, mas devemos dizer que discordamos. Não haverá mais exigência, pois a exigência está cá

toda, por inteiro, e o Bloco de Esquerda não abdica dela. Essa exigência é a exigência da resposta ao País e às

condições concretas de vida das pessoas em Portugal.

O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — É por isso que, sobre as divergências na Europa, talvez divergências

insanáveis entre nós, teremos seguramente muito mais a falar, mas há matéria sobre a própria coesão no nosso

País que achamos que é tempo de agarrar e de avançar com alguma determinação.