O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 23

14

Esqueçamos a posição do Bloco de Esquerda sobre o Eurogrupo.

Risos dos Deputados do CDS-PP João Pinho de Almeida e Nuno Magalhães.

Esqueçamos mesmo que o Eurogrupo não tem existência nos tratados europeus. Esqueçamos, por um

momento, que o Eurogrupo é um grupo informal, que serviu para impor política de austeridade a Portugal e aos

países do Sul. Esqueçamos que é um grupo sem regras, em que a Alemanha acaba sempre por mandar em

toda a gente. Esqueçamos mesmo que o Eurogrupo foi quem hostilizou a Grécia e que chegou mesmo a

expulsar o Ministro das Finanças da Grécia das suas reuniões. Esqueçamos que no Eurogrupo se insultou

Portugal. Esqueçamos tudo isto…

O Sr. Primeiro-Ministro: — É melhor não esquecer!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — … e pensemos no que se vai fazer, afinal, com o Eurogrupo.

Ouvimos, com muito cuidado, o que o Ministro Mário Centeno disse sobre o euro não há muito tempo. Ele

dizia, e nós concordamos, que a União Monetária está a criar divergência em vez de convergência. Ou seja, o

Ministro Mário Centeno, e o Partido Socialista têm-no dito de tantas formas, reconhece que o euro está a fazer

com que países como Portugal fiquem cada vez mais pobres, que a distância entre países como Portugal e o

centro da Europa, como a Alemanha, é cada vez maior e que nós perdemos cada vez mais com essa distância.

Ouvimos o Sr. Primeiro-Ministro, depois da eleição do Sr. Ministro Mário Centeno, dizer que este é o momento

em que é essencial o diálogo entre os Estados, a igualdade entre os Estados, que tem de haver prioridade ao

emprego e à convergência.

Sr. Primeiro-Ministro, pergunto: qual é a estratégia do Governo para essa mudança? Qual é o plano do

Governo? E qual é o compromisso do Ministro Mário Centeno no Eurogrupo para essa estratégia e para essa

mudança?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, vamos fazer o mesmo exercício

ao contrário, não vamos esquecer nada daquilo que disse. E é precisamente por não esquecermos nada daquilo

que disse que é muito importante termos apresentado a candidatura do Ministro Mário Centeno à presidência

do Eurogrupo. É porque não esquecemos o que foi dito sobre os países do Sul, é porque não esquecemos como

o Eurogrupo se relacionou com a Grécia, é porque não esquecemos como o Eurogrupo se relacionou com todos

os países que enfrentaram a crise que apresentámos a candidatura do Ministro Mário Centeno.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — E fizemos isso porque não esquecemos. E não esquecemos porquê? Porque

ao não esquecer sabemos que é necessário fazer diferente.

Como sempre tenho dito, e é óbvio, numa associação a 19 ninguém pode, por si só, assegurar o resultado

final. Mas há uma coisa que nós sabemos: quem não vai a jogo, perdeu à partida, e nós não podemos perder

por falta de comparência. Por isso, temos de entrar em jogo da melhor forma possível…

Aplausos de Deputados do PS.

… e é melhor entrar a presidir àquele grupo do que estar a participar sem presidir.

Qual é a estratégia? É conhecida, consta do Programa de Governo, constava já do programa eleitoral, consta

de n discursos que eu tenho feito, que o Sr. Ministro das Finanças tem feito, que o Sr. Ministro dos Negócios

Estrangeiros tem feito, que as Secretárias de Estado dos Assuntos Europeus têm feito.