27 DE JANEIRO DE 2018
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política para reabrir o serviço de urgência. O local está lá, o edifício está lá, basta vontade política e dotação dos
recursos e dos profissionais necessários para que ele funcione.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Concluo, Sr. Presidente, dizendo que é apenas desta decisão que depende
a reabertura das urgências e é isto que nós propomos à Assembleia da República: vontade política para reabrir
as urgências do hospital público de Espinho.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quero, em nome do PSD, saudar
estes peticionários e, na esteira daquilo que já foi dito, acrescentar que eu sou, provavelmente, o único neste
Hemiciclo que, até 2007, foi utente e utilizador das urgências do hospital de Espinho…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Há mais!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … e, desde 2007 até hoje, utente e utilizador das urgências do hospital
de Gaia, desde quando o Governo socialista encerrou o serviço de urgência básico no hospital de Espinho.
Não vou aqui repetir os elementos históricos, que estão corretos e foram aduzidos pelas outras bancadas,
mas esta matéria é bem mais complexa do que aquilo que se possa fazer crer com essas intervenções.
Hoje em dia, a situação é gravíssima, e é gravíssima porquê? Porque, para além de as urgências do hospital
de Gaia terem um funcionamento caótico, faltam meios em todas as outras unidades de saúde que poderiam
acorrer às necessidades das populações do concelho de Espinho e também do sul do concelho de Gaia.
Porquê? Porque os centros de saúde têm cada vez menos meios e os horários são cada vez mais apertados
para as consultas abertas não programadas, que poderiam suprir parte das necessidades daqueles que vão à
urgência do hospital de Gaia.
Portanto, é relevante dizer que a questão não é só a reabertura da urgência, pretensão que é compreensível,
é todo o sistema de saúde que está a funcionar mal naquela região e que está a servir mal aquelas populações.
Temos algumas dúvidas de que, no âmbito da política dos serviços de urgência em Portugal, seja hoje
realista, de um momento para o outro, reabrir esta urgência, mas cremos que está ao alcance do Governo poder,
pelo menos, abrir um serviço de atendimento permanente (SAP), com consulta aberta não programada, no
hospital de Espinho, que tem todas as condições para servir, como aqui se disse, a população de Espinho e dos
concelhos limítrofes.
Agora, há uma questão que tenho de colocar às bancadas que, aqui, apresentam projetos de resolução a
recomendar a reabertura desta urgência e, já agora, também ao Partido Socialista, que a encerrou.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Parece que estão todos de acordo, e estão, quanto à necessidade de
reabrir esta urgência, mas quem suporta este Governo, quem é, de facto, este Governo, são os senhores! Os
senhores têm todos os meios para cumprir aquilo que aqui reclamam.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do BE e do PCP.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, faça favor de concluir.