I SÉRIE — NÚMERO 55
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Parlamento saia dignificado e não achincalhado, lá fora, pela comunicação social e pela população, porque não
entendem o que estamos a fazer.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Apoiado!
O Sr. Presidente: — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Peixoto.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PSD, em jeito de conclusão, poderá
dizer que sai deste debate com o sentimento do dever cumprido, com a noção de que agiu com grande
responsabilidade e com o sentido de elevação e de Estado que esta matéria exige.
O que o PSD não quer e a que se oporá sempre é a uma redação de uma lei que venha alargar as bases de
isenção que neste momento existem para os partidos políticos.
O Sr. António Filipe (PCP): — Mas o Deputado José Silvano já disse que não era isso!
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Esta é a questão: qualquer redação que surja que não garanta que não há
alargamento da base de isenção e, nessa medida, despesa acrescida para o Estado, por força do direito ao
reembolso dos partidos, o PSD votará contra.
O Sr. António Filipe (PCP): — Não há!
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Foi esta a posição assumida pelo líder do PSD, quer na sua campanha quer
já depois de ser eleito, e o líder do PSD, como a bancada do PSD, cumpre a sua palavra e honra os seus
compromissos.
É isto que queremos desmistificar: que não fique a ideia, na opinião pública,…
O Sr. António Filipe (PCP): — Mas é só a ideia!
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — … de que os partidos políticos, designadamente o PSD, de forma oculta,
discreta ou não discreta, querem alargar e beneficiar daquilo de que neste momento não dispõem.
Por isso, Srs. Deputados, o PSD fez tudo, tentou clarificar a lei com redações várias e não foi possível. Não
sendo possível essa clarificação, entendemos que é preferível manter aquilo que está, mesmo com os riscos
inerentes a esta manutenção e alguma discricionariedade da Autoridade Tributária e Aduaneira, do que penalizar
os contribuintes e os cidadãos a favor de isenções dos partidos políticos. Esta é que é uma atitude responsável.
Assim, aqui fica o último repto, Sr.as e Srs. Deputados: se a norma do IVA proposta pelo PSD, e também pelo
CDS-PP, vier a ser aprovada, o Grupo Parlamentar do PSD está perfeitamente disponível para retirar a norma
transitória que também agora introduziu para votação.
Penso que é o compromisso entre estas duas normas que criará aqui um regime justo, equilibrado, que não
crie a ideia na opinião pública de que os partidos se estão a beneficiar a si próprios, com vantagens que antes
não existiam. É esta a nossa posição.
Deixamos aqui este repto ao Partido Socialista para a acompanhar e, todos juntos, podemos sair daqui com
uma lei que, não sendo perfeita, é, apesar de tudo, melhor do que aquela que vai alargar bases de isenção que
os cidadãos, habitualmente, não têm.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Jorge Lacão.
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estou a intervir na sequência daquilo que o Sr.
Deputado Carlos Peixoto acaba de dizer.