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I SÉRIE — NÚMERO 62

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O PSD entende que só assumindo essa falha se poderá melhorar as ações futuras, seja ao nível do combate

e socorro da população, seja na preservação do território. E é precisamente neste ponto que gostaria de

relembrar a postura do Governo, porque, infelizmente, receio que o caminho não esteja a ser o mais correto —

aliás, vilipendiar a comunicação social, como foi feito pelo Primeiro-Ministro na semana passada, não é o

caminho certo para agir relativamente a esta temática.

Primeiro, o Governo considerou que a reforma florestal desenhada no seguimento dos incêndios florestais

de 2016 seria suficiente para os incêndios rurais de 2017, cuja dimensão e extensão não podem ser

comparadas. Aliás, tal como já tinha referido no Relatório sobre Pedrógão Grande, a Comissão Técnica

Independente volta a relembrar, neste Relatório, que a floresta não se compagina com mudanças pontuais e

transitórias e que se trata de um bem coletivo.

Segundo, ao culpar a floresta pelas tragédias ocorridas em 2017, o Governo procura uma

desresponsabilização futura da sua falta de política estratégica para com a propriedade florestal, através da

gestão do dossiê em torno da limpeza das matas. O Relatório da Comissão Técnica Independente alerta para

os efeitos perversos que atesta a recente legislação relativa às redes de gestão de combustível, publicada

somente no último mês, e recorda que a expetativa criada em torno da limpeza da mata não é razoável nem

adequada para os territórios em causa.

Nós, PSD, acrescentamos: não vendam a limpeza das matas como panaceia para a inatividade do Governo

na gestão do nosso património florestal.

Aplausos do PSD.

Srs. Deputados, temos de olhar para o futuro com as lições do passado, para não repetirmos os mesmos

erros, para que o Estado não volte mesmo a falhar a sua responsabilidade essencial.

O PSD está empenhado, de alma e coração, em abraçar esta causa: a defesa da floresta, a defesa das

nossas populações que resistem vivendo em territórios de baixa densidade, em suma, a defesa intransigente de

todo o nosso território nacional e de toda a nossa população.

O País volta a contar com o PSD para ajudar a colmatar as falhas na legislação, para dar uma resposta

concreta às populações, que são os verdadeiros heróis nacionais.

No seguimento da entrega do Relatório, disponibilizamo-nos para trabalhar em conjunto, procurando

consensos, e convidamos, assim, todos os grupos parlamentares a abandonar as trincheiras ideológicas em

prol do interesse nacional, para concretizar as recomendações dos dois Relatórios da Comissão Técnica

Independente.

Iremos, assim, requerer a presença na Assembleia da República da própria Comissão Técnica Independente

e de várias outras entidades para aprofundar as falhas identificadas neste Relatório entregue ontem.

Por fim, Srs. Deputados, termino, saudando o empenho e a profunda entrega cívica da Comissão Técnica

Independente, uma Comissão Técnica Independente que gostaríamos nunca ter sido necessário requerer, mas

uma Comissão Técnica Independente que nos traça um imperativo moral de agir.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço aos grupos parlamentares que sejam mais ágeis nas inscrições

para os pedidos de esclarecimento, se possível até ao final da intervenção do Deputado orador.

Neste momento, a Mesa regista a inscrição de cinco Srs. Deputados para pedidos de esclarecimento.

Pergunto à Sr.ª Deputada se deseja responder globalmente ou de outra maneira.

A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — Sr. Presidente, responderei, em primeiro lugar, a um conjunto de dois e,

depois, a um conjunto de três.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Com certeza.

Para formular o primeiro pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado José Miguel Medeiros, do

PS.