O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 62

16

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rubina Berardo, em primeiro lugar,

apresento-lhe os meus cumprimentos e quero dizer-lhe que partilho o seu elogio à Comissão Técnica

Independente e ao trabalho que foi apresentado.

Em relação ao resto, designadamente em relação ao Sr. Deputado do Bloco de Esquerda, gostaria de dizer

que não tenho culpa e não me posso responsabilizar pela dificuldade ou pelo tempo que outros precisarão para

compreender aquilo que é bastante óbvio, até numa primeira leitura. A questão não é se demorou 5 minutos ou

não demorou 5 minutos, a questão é saber se a leitura que fizemos ontem — que eu fiz e que também fez o Sr.

Deputado Carlos Peixoto — estava certa ou estava errada. Ora, lendo os jornais todos do dia de hoje, aquilo

para que alertámos ontem é exatamente o que está nos jornais de hoje, ou seja, nós lemos, lemos bem e lemos

rápido.

Aplausos do CDS-PP.

Os senhores é que levam muito tempo a ler e fazem coisas, Sr. Deputado, se me permite, bastante mais

graves do que levarem muito tempo a ler. É que os senhores não só levam muito tempo a ler como, tendo sido

avisados e visto o que aconteceu em Pedrógão, os senhores sabiam. Os senhores ouviram a discussão, os

senhores ouviram o debate e, não 5 minutos mas 5 meses depois, os senhores permitiram que acontecesse

algo muito mais grave ainda do que tinha acontecido em Pedrógão.

Os senhores não reagem, e não é ao fim de 5 minutos mas ao fim de 5 meses, os senhores tiveram

capacidade de reação.

Sr. Deputado, é verdade que tivemos o furacão Ofélia, havia condições extremas, …

O Sr. José Miguel Medeiros (PS): — Ah, mas não falou disso!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Estou a falar agora, mas, Srs. Deputados, também é verdade que, além

de condições extremas, houve extrema incompetência de quem tinha obrigação de proteger os portugueses.

Aplausos do CDS-PP.

E isto, Sr. Deputada Rubina Berardo, é o essencial, porque a previsão das ignições e a previsão do risco

estava em 11 numa escala de 13 — repito, 11 numa escala de 13. Então, como é que é possível não ter reagido?

Como é que é possível que 30 meios aéreos estivessem desmobilizados? 30 meios aéreos a menos! Diz-se que

foi a proteção civil mas não, porque no Relatório — e isso eu não tinha visto ontem mas vi hoje — há mais do

que isso. O Relatório diz uma coisa…

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Esgotou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Estou a terminar, Sr. Presidente.

Como dizia, no Relatório refere-se uma coisa de extrema gravidade: foram pedidos reforços, foram pedidos

meios, foram pedidos homens, foram pedidos meios aéreos. E quando é que o Governo os autorizou? Dia 16

de outubro, depois da tragédia e depois das mortes. Isso é que é completamente inaceitável.

O Sr. José Miguel Medeiros (PS): — Não, não! Isso é falso!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Para terminar, Sr. Presidente, queria dizer que, obviamente, estamos

aqui para colaborar. A culpa não foi nossa, ao contrário do que se pretende, a culpa não foi dos jornalistas, como

disse o Primeiro-Ministro,…

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … a culpa foi de quem foi incompetente, não previu, não planeou, não

organizou e permitiu que esta tragédia acontecesse.