I SÉRIE — NÚMERO 74
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o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação de todas as pessoas, em particular daqueles que sofrem de doenças
raras.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para concluir este debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, do Grupo
Parlamentar do CDS-PP.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, para concluir mesmo, o que queríamos dizer é que
hoje é, de facto, um dia para assinalar.
Só lamentamos — e queria veementemente deixar essa nota — que a atenção dada pela Câmara, e até do
ponto de vista mediático, a estas matérias seja inversamente proporcional àquele que é o impacto que estas
questões têm na vida e no dia a dia de tantas famílias portuguesas. Lamentamos isso profundamente.
Queríamos dizer que não se trata de uma corrida de popularidade ou de vestir camisolas de premiados, mas,
em abono da verdade e da seriedade, de facto, o CDS tem nesta matéria um percurso do qual se orgulha, tendo
sido os primeiros a apresentar propostas nas áreas dos apoios aos cuidadores. É indissociável falar de pessoas
com doenças raras sem falar dos seus cuidadores, porque, obviamente, são um binómio que não podemos
separar.
O que interessa aqui — e o CDS não se eximirá das suas responsabilidades — é exigir ao Governo que
cumpra as suas promessas, que passe à ação. E o que importa também é que consigamos ter um largo
consenso para que se cuide da vida das pessoas e acredito que para muitos de nós, que estamos na política,
essa é a missão primeira.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar ao quarto ponto da ordem do dia, que consta da
discussão conjunta dos seguintes diplomas: na generalidade, do projeto de lei n.º 798/XIII (3.ª) — Renovação e
prorrogação das bolsas de pós-doutoramento até ao cumprimento do previsto no Decreto-Lei n.º 57/2016, de 29
de agosto, alterado pela Lei n.º 57/2017, de 19 de julho (PCP); do projeto de resolução n.º 1354/XIII (3.ª) —
Recomenda ao Governo que garanta o financiamento transitório dos investigadores doutorados, cujas bolsas
cessaram enquanto se aguarda a aplicação do Decreto-Lei n.º 57/2016 (CDS-PP); na generalidade, do projeto
de lei n.º 777/XIII (3.ª) — Determina a prorrogação dos contratos de bolsas de investigação e dos contratos de
bolsa no âmbito de projetos de investigação científica e outros similares (PSD); e, também na generalidade, do
projeto de lei n.º 816/XIII (3.ª) — Prorrogação e renovação das bolsas de investigação pós-doutoramento até à
publicação do resultado dos concursos previstos no artigo 23.º da Lei n.º 57/2017, de 19 de julho (BE).
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Mesquita.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Uma primeira palavra para os bolseiros
de investigação científica, bolseiros de pós-doutoramento, verdadeiros trabalhadores da ciência que, com o seu
empenho e a sua persistência, têm dado corpo à luta por direitos que há muito deveriam ter sido reconhecidos:
direito a um contrato de trabalho, direito à estabilidade, acesso a direitos laborais básicos.
Hoje, temos aqui mais uma etapa desta luta, com o contributo do PCP.
Temos afirmado e continuamos a dizer que é urgente uma alteração estrutural para integrar todos os
trabalhadores científicos na carreira de investigação, acabando de vez com estes vínculos precários.
Caminhamos a passos largos para agosto de 2018, fim do prazo da norma transitória do Decreto-Lei n.º
57/2016, alterado por exigente processo de apreciação parlamentar na Assembleia da República, processo para
o qual o PCP muito contribuiu.
Desde agosto de 2016 e de julho de 2017, que é a data da lei alterada por apreciação parlamentar, a verdade
é que apenas 52 contratos — 52 contratos! — foram enviados à FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia)
para financiamento, havendo 1539 bolseiros sinalizados para esse efeito.
Esta situação, Sr.as e Srs. Deputados, é inadmissível! Além de várias manigâncias que agora algumas
instituições se lembraram de inventar, tentando que os contratos a realizar sejam feitos por associações de