19 DE MAIO DE 2018
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O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Jornalistas, Sr.as e Srs. Funcionários, vamos dar
início aos nossos trabalhos.
Eram 10 horas e 6 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade o favor de abrirem as portas das galerias ao público.
Srs. Deputados, antes de entrarmos na ordem do dia, dou a palavra à Sr.ª Secretária Emília Santos para ler
o expediente.
Tem a palavra.
A Sr.ª Secretária (Emília Santos): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e foram
admitidas pelo Sr. Presidente, as propostas de lei n.os 131/XIII (3.ª) — Altera a Lei das Finanças Locais, que
baixa à 11.ª Comissão, 132/XIII (3.ª) — Autoriza o Governo a aprovar o novo Código da Propriedade Industrial,
transpondo as Diretivas (UE) 2015/2436 e (UE) 2016/943, que baixa à 6.ª Comissão, 133/XIII (3.ª) — Altera o
regime jurídico do associativismo jovem, que baixa a 12.ª Comissão, e 134/XIII (3.ª) — Procede à primeira
alteração à Lei n.º 151/2015, de 11 de setembro, recalendarizando a produção integral de efeitos da Lei de
Enquadramento Orçamental, que baixa à 5.ª Comissão.
Deram ainda entrada na Mesa o projeto de lei n.º 879/XIII (3.ª) — Determina a abolição de corridas de touros
em Portugal (PAN), que baixa à 12.ª Comissão, e os projetos de resolução n.os 1615/XIII (3.ª) — Recomenda ao
Governo a urgente reabilitação da Escola Secundária Henrique Medina, Esposende (BE), que baixa à 8.ª
Comissão, e 1616/XIII (3.ª) — Docentes do ensino de português no estrangeiro (BE), que baixa à 8.ª Comissão.
Em termos de expediente é tudo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Antes de dar início ao primeiro ponto da nossa agenda de hoje, aproveito para
cumprimentar os membros do Governo que, entretanto, chegaram.
Srs. Deputados, o primeiro ponto consta de um debate de atualidade, requerido por Os Verdes, ao abrigo do
artigo 72.º do Regimento da Assembleia da República, sobre o tema «A dispensa de avaliação de impacte
ambiental para furo de prospeção de petróleo ao largo de Aljezur».
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Ministro do Ambiente, Srs. Secretários de Estado
dos Assuntos Parlamentares e da Energia, Sr.as e Srs. Deputados: O PS pode fazer mil e um discursos sobre a
participação dos cidadãos e sobre a importância da política de ambiente. Só que cai tudo por terra quando o
Governo PS toma decisões políticas como a que hoje vamos debater.
A APA (Agência Portuguesa do Ambiente) decidiu dispensar de avaliação de impacte ambiental a pesquisa
de petróleo ao largo de Aljezur e o Governo imediatamente aceitou, assumiu e confirmou essa decisão. Só há,
na nossa perspetiva, uma explicação: tal como anteriores Ministérios do Ambiente do PSD, do CDS e do PS, o
atual Ministério do Ambiente põe interesses económicos das grandes empresas, neste caso do consórcio ENI-
Galp, acima da segurança ambiental, da segurança das pessoas e também dos instrumentos de política de
ambiente.
Sr.as e Srs. Deputados, quatro notas sobre a decisão da desnecessidade de avaliação de impacte ambiental
relativa à prospeção de petróleo.
Primeira nota: a decisão de não haver avaliação de impacte ambiental ou de haver foi precedida de
auscultação pública. Todos os contributos públicos defenderam a realização de estudos de impacte ambiental;
contudo, a APA e o Governo decidiram o contrário.
Segunda nota: na atual lei do regime de avaliação de impacte ambiental, com o contributo com uma proposta
específica, apresentada por Os Verdes, na Assembleia da República, introduziu-se a avaliação de impacte
ambiental para a fase de pesquisa de petróleo por métodos convencionais, justamente para acautelar situações
relativas aos contratos presentes. Contudo, a APA e o Governo, que sabiam desse espírito do legislador,
decidiram o contrário.
Terceira nota: dizem que não foram identificados impactos negativos significativos, mas o consórcio e a APA
apontam uma série de riscos e de impactos negativos, designadamente a difusão de materiais e de lamas que