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28 DE JUNHO DE 2018

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Vamos agora entrar no ponto único da ordem do dia de hoje, que consta de um debate, requerido pelo PSD,

ao abrigo da alínea b) do n.º 3 do artigo 64.º do Regimento, sobre políticas para a infância e a natalidade.

A abrir o debate, tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Clara Marques Mendes.

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr. Presidente e Srs. Deputados: Em democracia, há tempos de

divergência e tempos de convergência. Desta tribuna, valorizamos, habitualmente, a divergência e o confronto.

É normal que assim seja num Parlamento que é a exposição da pluralidade da política da sociedade.

Mas hoje, nesta ocasião, o tema que me leva a subir a esta tribuna, em nome do PSD, é suficientemente

estruturante para nos obrigar a todos, sem exceção, da direita à esquerda, a um esforço de convergência.

Convergência num combate que deve ser transversal e nacional em relação ao declínio demográfico que nos

assola. Convergência que deve ser assumida com urgência e de forma continuada em relação ao inverno

demográfico que ensombra o nosso futuro. Convergência que reclama uma união de esforços de todos, do

Estado e da sociedade, dos partidos e dos cidadãos, em relação a um problema estrutural que pode

comprometer seriamente o nosso desenvolvimento sustentado.

O diagnóstico é conhecido e implacável: de há anos a esta parte, temos menos nascimentos, menos pessoas

a entrar em Portugal, mais cidadãos a sair do País. Há anos que o saldo natural e o saldo migratório são

negativos.

O facto de este problema não ser nem novo nem exclusivamente português não descansa as nossas

consciências nem atenua as nossas angústias.

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Afinal, estamos confrontados com alguns dramas sérios, profundos

e estruturais.

Um País com menos população tende a ser um País mais fraco e menos coeso. Uma economia com menos

mão de obra corre o risco de ser uma economia menos competitiva e mais geradora de desigualdades. Uma

segurança social com menos contribuições e receitas coloca-nos um desafio delicado de sustentabilidade do

Estado social. Uma população mais envelhecida e sem renovação geracional não coloca apenas pressão sobre

o nosso Serviço Nacional de Saúde, mais do que isso, aliena-nos dinâmica de desenvolvimento, energia

renovadora e capacidade mobilizadora em relação ao futuro.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a dureza do diagnóstico não inibe, porém, a nossa vontade de mudar, não

pode condicionar o nosso engenho criador, nem deve desincentivar o nosso esforço coletivo, mas obriga-nos a

estruturar um pensamento, a escolher prioridades, a aprofundar reflexões e a envolver toda a comunidade num

debate que é estratégico e geracional.

Foi este o propósito que levou o presidente do PSD a apresentar publicamente várias propostas concretas,

e é essa motivação que me leva a reafirmar a premência deste debate.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Há, neste quadro, três orientações que devemos seguir e

desenvolver.

Primeira orientação: consensualizar uma política de incentivo à natalidade que seja uma política clara e

consistente, fundada em medidas atrativas e executada sem recuos ao longo de várias legislaturas.

Segunda orientação: conter, tanto quanto possível, a saída de portugueses para o exterior, o que requer a

continuada aposta num País mais moderno e desenvolvido, com mais oportunidades e melhores salários, mais

coeso e menos desigual.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Terceira orientação: definir e executar uma política de atração de

imigrantes.