I SÉRIE — NÚMERO 8
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Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel
Galriça Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, temos vindo a falar de um
tema premente, o dos serviços públicos no nosso País. Mas para quem, de facto, estiver a ouvir este debate,
parece que daquele lado das bancadas o que se traça é um retrato cor-de-rosa de uma realidade que não cola
e que os portugueses sabem que é falsa. Refiro-me, nomeadamente, à questão dos serviços de saúde.
Se não, vejamos: temos uma reforma dos cuidados de saúde primários que está parada; temos atrasos nos
cuidados continuados e paliativos que são tremendos; temos o estatuto do cuidador que está bloqueado; temos
a ausência de investimento nas infraestruturas e nos equipamentos; há demissões e greves em massa. Isto é
factual, Srs. Deputados.
É isto que vemos os Srs. Deputados, num contorcionismo penoso, virem denunciar, preocupados, nas
comissões, mas depois, em Plenário, estão calados e nada dizem sobre esta penosa realidade que revela uma
insensibilidade social deste Governo que, efetivamente, tem um Ministro das Finanças e Secretários de Estado
que estão manietados. Portanto, não compreendemos como é que os senhores dão cobro a esta insensibilidade
social do Governo.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Como disse, é penoso ver hoje o Bloco de Esquerda, o PCP e Os
Verdes neste contorcionismo. Aliás, se calhar, é para serem mais solidários com este malabarismo denunciado
hoje em que os hospitais portugueses, efetivamente, estão a fazer de tudo para conseguir manter cuidados de
qualidade, os tais cuidados de qualidade que os senhores continuam a achar que existem mas que, na realidade,
os portugueses dão conta que não é possível manter.
Os senhores, todos os dias, querem dizer e proclamar que apoiam os profissionais, mas, depois, aqui,
quando é preciso, o que vêm fazer é sancionar as políticas do Governo que, efetivamente, levam ao
descontentamento e ao desespero dos profissionais de saúde.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Ó Sr.ª Deputada, sinceramente!…
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Portanto, de uma forma muito breve, Sr. Deputado, e atendendo
efetivamente à realidade e a todos os anúncios e proclamações que temos visto e que não se cumprem, o que
quero muito perguntar-lhe, olhos nos olhos, é se o senhor acha que é, ou não, tempo de este Governo falar a
verdade aos portugueses e de se deixar de proclamações e de anúncios que, depois, não se cumprem, na
realidade. É, ou não, tempo de este Governo deixar a política do passa-culpas e assumir responsabilidades
efetivas? Isto porque está no Governo há três anos, os senhores estão a apoiá-lo em cada Orçamento há três
anos!
É, ou não, tempo, Sr. Deputado, de deixar a insensibilidade social e de garantir melhores cuidados de saúde
aos portugueses?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Esta intervenção veio acrescentar muito ao debate…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado
João Dias.
O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, queria agradecer ao Sr. Deputado António Sales e à Sr.ª Deputada
Isabel Galriça Neto pelas questões abordadas.