10 DE DEZEMBRO DE 2018
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Aplausos do PS.
E foi o Partido Socialista que teve como prioridade no seu Programa de Governo o combate à precariedade,
que foi implementado com o Programa PREVPAP, que o PCP acompanhou e no qual votou a favor.
Não podemos é querer que os processos funcionem como funcionaram à direita, em que não se ouviu
ninguém, não se analisou nada…
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Claro! Muito bem!
A Sr.ª Sofia Araújo (PS): — … e se decidiu, se atuou e se tratou os trabalhadores como se fossem objetos,
passando de salas para salas ou indo simplesmente para arrecadações, e foram esquecidos.
O Partido Socialista não é assim nem nunca será.
O que não consigo perceber é o seguinte: será que o PCP preferia que não houvesse CAB? Será que preferia
que os sindicatos não fossem ouvidos? Que as estruturas representativas dos trabalhadores não fossem
ouvidas? Que os próprios trabalhadores, que estavam em situações precárias, não fossem ouvidos?
Para o Partido Socialista, as pessoas contam sempre, estão sempre em primeiro lugar. O trabalho das
pessoas é reconhecido e é sempre valorizado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires, do Bloco de
Esquerda.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas, Sr.ª Deputada Rita Rato, em
primeiro lugar, cumprimento o PCP por ter trazido a debate este tema que, para nós, é bastante importante.
Para o Bloco de Esquerda, o processo de integração de vínculos precários na Administração Pública é um
processo importantíssimo, no qual, aliás, trabalhámos arduamente para que pudesse responder a uma situação
de urgência, que era a existência de milhares de pessoas com vínculos precários na Administração Pública.
Fizemo-lo porque o Estado deve ser o primeiro a dar os melhores exemplos no que toca ao combate à
precariedade e, por isso, regularizar estas situações, algumas com mais de duas décadas, é um passo
importante no combate à precariedade, embora saibamos que não é o único.
Batemo-nos por criar um processo o mais justo possível, que respondesse aos vários tipos de vínculos
precários que foram identificados: falsas bolsas, bolsas, recibos verdes, contratos de emprego-inserção,
contratos a prazo, outsourcing, falso outsourcing, entre outros. Foi, e é, uma oportunidade histórica de corrigir
injustiças e ilegalidades e de fazer justiça aos trabalhadores e às lutas que há vários anos têm vindo a ter
relativamente aos seus vínculos.
Mas, depois de aprovada a lei no Parlamento, o processo nas comissões de avaliação está claramente a ser
marcado por atrasos insustentáveis, tentativas de boicote e falta de transparência na informação aos candidatos.
Neste momento, Srs. Deputados, faltam 24 dias para o final do ano, o que significa que o PREVPAP deveria
estar na sua fase final e, no entanto, sabemos que isso está longe de acontecer em muitos dos setores da
Administração Pública.
Isto deve-se a vários fatores, entre eles o boicote de dirigentes de serviço ou instituições — veja-se, por
exemplo, o caso gritante dos reitores das universidades —, a falta de clareza do próprio Governo e a teimosia
do Ministro e do Ministério das Finanças, que tem travado sucessivamente autorizações para se avançar com
contratações, dando assim por concluído o processo de regularização que, em alguns casos, apenas espera
esta mesma assinatura.
Estas situações não têm justificação do ponto de vista do Bloco de Esquerda.
Já o dissemos: o PREVPAP é demasiado importante para que possa ser agora posto em causa pelo próprio
Estado, que tem a responsabilidade da sua aplicação. Portanto, achamos que importa recuperar o atraso,
impedir estes boicotes e garantir a transparência do processo.
Acompanhámos vários casos que demonstram bem as falhas existentes e que foram aqui identificadas.