I SÉRIE — NÚMERO 27
8
Estão identificados 116 000 precários, mas o PCP disse que, provavelmente, seriam mais. Bom, o que é que
sucedeu? Afinal, temos pouco mais de 34 000 — 33 000 ou 34 000 — requerimentos.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Coisa pouca, coisa pouca!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — E o PCP? Continua a apoiar o Governo!
O Governo do Partido Socialista comprometeu-se a entregar as propostas de lei até março de 2017 e a ter
todos os precários integrados até ao final do ano de 2018. Como a Sr.ª Deputada sabe, nada disso correu
bem,…
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Pior era não ter feito nada!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — … pois as propostas de lei só apareceram no final da Sessão
Legislativa.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — A alternativa era zero!
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Pior era não ter feito nada, que foi o que vocês fizeram!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — E o que percebemos é que o PCP continuou a apoiar o
Governo, como se nada se passasse.
Ora, o que diziam essas propostas de lei? Diziam que, se um trabalhador quisesse ser integrado, teria de
aceitar um corte no vencimento e que, se não aceitasse esse corte, teria de ser despedido. O que é que fez o
PCP? Continuou a apoiar o Governo!
Mais: em relação aos trabalhadores a tempo parcial, resolveram que também tinham de os integrar. E qual
foi a regra que estabeleceram? Que por cada dois trabalhadores a tempo parcial se abria uma vaga, o que
significa que metade dos trabalhadores a tempo parcial teriam de ser despedidos.
Ora, o PCP aprova tudo isto, aprova os Orçamentos todos, sustenta o Governo até ao final da Legislatura e,
agora, aparece a queixar-se de quê?!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Exatamente!
O Sr. António Filipe (PCP): — Vocês é que são queixinhas, nós não nos queixamos!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — O PCP continua a apoiar o Governo; então, queixa-se de
quê?!
Portanto, Sr.ª Deputada, lamentavelmente, este debate não passa de uma encenação para iludir os
trabalhadores, a quem os senhores fizeram promessas que não cumpriram. Queremos, por isso, que fique claro
que o PCP não cumpriu e não está a cumprir a palavra que deu aos trabalhadores.
Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder a estes pedidos de esclarecimento, tem a palavra
a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, começo por agradecer as questões que me foram
colocadas.
Acho que os trabalhadores que aqui estão a assistir a este debate, os quais queria saudar em nome do PCP,
bem como os que nos estão a acompanhar através da ARTV — Canal Parlamento, merecem mais respostas.
Por isso, não vou perder muito tempo a tentar convencer o PSD e o CDS de que a precariedade não é o fim da
história.