21 DE DEZEMBRO DE 2018
9
Mas, pasme-se ainda mais — esta é a cereja no topo do bolo! —, o anterior Ministro da Saúde vem dizer-
nos que, de facto, o problema do SNS não se resolve com uma nova Lei de Bases,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … o problema são os investimentos. O Sr. ex-Ministro teve
responsabilidades! Não fomos nós que estivemos na governação, foram os senhores que apoiaram estas
políticas!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — A Mesa registou mais duas inscrições, para pedidos de esclarecimento, dos Srs.
Deputados António Sales, do PS, e José Luís Ferreira, de Os Verdes.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Sales.
O Sr. António Sales (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, a
sua conversa é mais do mesmo.
Para quem votou contra a Lei do SNS, em 1979,…
Protestos do CDS-PP.
… para quem votou a Lei de Bases que, em 1990, escancarou as portas aos grandes grupos privados, para
quem votou contra o Orçamento do Estado para 2019, que projeta um reforço substancial de financiamento do
SNS, a Sr.ª Deputada teve agora uma enorme oportunidade para fazer o ato de contrição e dizer aos
portugueses se, de facto, se arrepende do seu passado político e está, efetivamente, ao lado do Serviço Nacional
de Saúde.
Aplausos do PS.
Sr.ª Deputada, entre 2011 e 2015, relembro-lhe que o CDS, então no Governo, cortou 1000 milhões de euros
em financiamento em saúde, cortou salários, cortou pensões, cortou direitos laborais, agravou as taxas
moderadoras, cortou nos transportes não-urgentes, congelou a terapêutica inovadora, cortou em profissionais
de saúde.
O Sr. João Marques (PS): — Foi ou não foi?!
O Sr. António Sales (PS): — Sr.ª Deputada, cortou na gordura e rapou no osso.
O Sr. João Marques (PS): — Aí não estavam preocupados!
O Sr. António Sales (PS): — Entre 2016 e 2018, o atual Governo repôs profissionais de saúde, descongelou
a terapêutica inovadora, repôs salários e pensões, reforçou o SNS em 1200 milhões de euros.
Sr.ª Deputada, em três anos, recuperámos tudo aquilo que os senhores cortaram de forma cega aos
portugueses e às faixas mais vulneráveis da sociedade portuguesa.
Aplausos do PS.
Sr.ª Deputada, hoje, os profissionais fazem greve por motivos diametralmente opostos àqueles porque a
faziam entre 2011 e 2015: hoje, fazem greve para reporem os seus direitos laborais e para terem projetos de
carreira; na altura, Sr.ª Deputada, faziam greve porque lhes tinham cortado salários, porque lhes tinham cortado
pensões.