4 DE JANEIRO DE 2019
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Partido Socialista, vão finalmente conseguir aquilo que sempre defenderam: a liquidação da iniciativa privada
no mercado do arrendamento, em Portugal.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.as e Srs. Deputados, peço-vos só um instante, que a Mesa
está a receber inscrições.
Pausa.
A Mesa tem de organizar as intervenções, tendo em conta as diferentes iniciativas que foram apresentadas.
Uma vez que o CDS-PP não deseja utilizar o tempo de que ainda dispõe, tem a palavra, para uma intervenção,
a Sr.ª Deputada Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A direita não quer, claramente,
reconhecer o problema que representa a sua posição num debate sobre o direito à habitação e à cidade. Insiste
em manter o edificado devoluto e cativo ao abandono.
Manterá, com certeza e por sua vontade, a «corda na garganta» a, só em 2018, 45 000 famílias que entraram
em situação de incumprimento nos empréstimos para a compra de casa.
Pergunto ao Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira: quem são os mais fracos aqui? As famílias ou os bancos?
Corrigir estes erros é coisa que a direita não quer. Resta saber em que lado desta responsabilidade estará o
Partido Socialista, se do lado dos bancos, se do lado das famílias, e em que lado da barricada se colocará na
definição desta proposta de lei de bases da habitação, que continuaremos a discutir e a trabalhar, na
especialidade.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada
Paula Santos, do PCP.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No final deste debate, queria também
referir que, nas intervenções que ouvimos, quer por parte do PSD, quer por parte do CDS, há alguns aspetos
que importa sublinhar.
Um primeiro aspeto é o de procurar apagar as suas responsabilidades nas dificuldades que hoje os
portugueses têm no acesso à habitação. A Sr.ª Deputada do PSD veio, inclusivamente, aqui falar na redução
de rendimentos. Pergunto: em que Governo houve o corte nos salários e nas prestações sociais? Foi no Governo
PSD/CDS. Vieram falar de precariedade, de falta de emprego, tudo aquilo por que foram responsáveis enquanto
estiveram a governar e que degradou, e em muito, a situação da vida das famílias e de muitos trabalhadores
portugueses. E se houve famílias em que foi evitada a perda da sua habitação, isso deveu-se à intervenção do
PCP, com a aprovação, na Assembleia da República, de uma iniciativa sobre a impenhorabilidade da primeira
habitação em caso de execuções fiscais, com o que se evitou que cerca de 20 famílias tivessem perdido a sua
habitação. Se tivesse sido com os senhores, estas famílias teriam perdido a habitação.
Aplausos do PCP.
Protestos do PSD.
Por isso, os senhores vêm aqui falar de habitação, vêm dizer que é uma prioridade e que sempre estiveram
preocupados com o direito à habitação, mas o resultado das vossas políticas foi o despejo de milhares e milhares
de famílias do nosso País, que perderam esse direito e ficaram numa situação dramática. Por isso, não venham
agora falar sobre o direito à habitação! Relativamente a esta matéria, creio que estamos conversados.