5 DE JANEIRO DE 2019
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O Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata apresenta a seguinte declaração de voto, que suporta o
seu voto de abstenção, sobre Projeto de Resolução n.º 1669/XIII/3.ª (BE).
O Partido Social Democrata reitera a decisão, tomada pelo anterior governo, de fusão dos diversos hospitais,
Principal, Belém e da Marinha, num único hospital, que se passou a designar, Hospital das Forças Armadas
(HFAR).
Esta decisão visou uma maior eficácia, melhor racionalização dos recursos humanos e logísticos, e
otimização económica e financeira.
Tendo em conta, a avaliação de grau de degradação física e operacional de alguns dos hospitais desativados,
entendeu o Governo da altura, tendo em conta os pressupostos acima enunciados, bem como uma opção
ideológica, protocolar com instituições de forte cariz social, Misericórdia de Lisboa e Cruz Vermelha Portuguesa,
a futura instalação nesses edifícios, de Unidades de Cuidados Continuados e Paliativos, na esteira de uma
política de saúde, que incrementa uma qualidade de vida dos portugueses, dos militares e suas famílias.
Em consonância, dotámos o HFAR de todas as valências, dimensão, corpo clínico e financiamento que lhe
permitissem cumprir eficaz e cabalmente a função para o qual foi criado, prestar os melhores cuidados de saúde
às Forças Armadas.
Continuamos convictos que esta foi a melhor opção de garantir aos portugueses, e, principalmente às forças
armadas, os melhores serviços de saúde, modernos e funcionais, como se exige, a quem serve, tão nobremente
o estado, em missões que, dada a sua complexidade e perigosidade, pede uma total segurança.
Com esta nova solução governativa, constatamos dois factos:
— A revogação do Protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa;
— O estrangulamento financeiro e falta de investimento a que este governo votou o HFAR, através da falta
de transferências financeiras do IASFA para o HFAR, e o não cumprimento do calendário financeiro que
suportava as fases de expansão, o que cerceia, como a qualidade do corpo clínico permitiria, a expansão física,
de recursos humanos e operacionais futuros.
Para o Partido Social Democrata é claro que, esta política de cativações do governo do Partido Socialista
degrada os serviços públicos de saúde, transportes, educação, segurança e defesa, como confirmam esta onda
de greves destes setores.
Reafirmamos, totalmente, a nossa oposição a esta política de cativações que suporta uma total falta de
investimento público, penaliza as empresas, produz um crescimento anémico em oposição a outros países da
zona euro.
Se este projeto de resolução se referisse apenas à ação do governo, o nosso voto, seria totalmente contra.
No entanto, este projeto de resolução, nas três premissas, subscreve a decisão do governo anterior, de
criação de Unidades Cuidados Continuados e Paliativos, nos Hospitais já anteriormente referidos, bem como
recomenda, ao governo atual, que governa há três anos, que dote o IASFA de todas as condições para efetuar
as necessárias transferências financeiras para o HFAR, de forma a permitir uma ação plena da função para o
qual foi criado pelo nosso governo.
Reconhece este projeto de resolução a validade e a pertinência da nossa ação, bem como subscreve a visão,
do anterior governo, que era acertada:
— Criação de Unidades de Cuidados Continuados e Paliativos;
— Dotação de financiamento adequado ao HFAR, que suporte a função para o qual foi criado e que este
governo tem desrespeitado.
A este governo, que governa há três anos, mais do que anúncios, exige-se resultados!
Neste sentido, o Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata opta pela abstenção.
Assembleia da Republica, 21 de dezembro de 2018
O Grupo Parlamentar do PSD, Rui Silva
[Recebida na Divisão de Redação em 2 de janeiro de 2019].
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