I SÉRIE — NÚMERO 40
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Neste contexto, Portugal necessita de acelerar a implementação e a monitorização do plano de contingência
que o Governo apresentou, mas — deve reconhecer-se — com algum atraso, ou seja, no passado dia 11 de
janeiro.
Aliás, irei abster-me em relação à votação destes dois projetos e a minha declaração de voto diz respeito à
necessidade de o Governo acelerar a implementação e monitorização deste programa.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro
Mota Soares, do CDS-PP, que usará o seu tempo remanescente.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, disponho de 10 segundos
para esta intervenção, quase o mesmo tempo que falta até ao Brexit.
Valeu a pena marcar este debate, nem que fosse para vermos o Partido Socialista, que, ainda há menos de
um mês, dizia que uma saída desordenada era inimaginável, que teve de ser forçado pelo Conselho Europeu,
que invetivou os Estados-Membros a terem planos de contingência, vir aqui hoje dizer que, afinal, uma saída
desordenada é muito provável.
Neste momento, percebe-se que, de facto, os responsáveis públicos do Governo, em Portugal, não sabem a
quantas andam e isso prejudica, e muito, a nossa economia e, acima de tudo, prejudica, e muito, os cidadãos
portugueses que estão, hoje, no Reino Unido e aqueles que desejam continuar a ir para o Reino Unido, e não
têm a proteção que deviam ter.
Teve de ser a oposição, o CDS e o PSD, a forçar o Governo a tomar posições que protejam as pessoas, as
empresas, porque, se não, provavelmente, ainda teríamos o Partido Socialista a dizer que o Brexit não iria
acontecer.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para encerrar este debate, o partido proponente, neste caso, o PSD, tem
o direito de usar 2 minutos, pelo que dou a palavra, para o efeito, à Sr.ª Deputada Inês Domingos.
A Sr.ª Inês Domingos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: É lamentável que, num debate desta
importância, o Governo não se digne a estar presente.
É lamentável que, num tema desta importância, o Governo se tenha sistematicamente recusado a seguir as
interpelações do PSD, da oposição, para analisar os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia.
É lamentável que o Governo, durante meses, se tenha recusado a fazer um debate, um plano de
contingência, e a sua resposta em relação a esta questão tenha sido sistematicamente a existência da Estrutura
de Missão Portugal In, cujos resultados francamente ninguém conhece.
É lamentável que, agora, a escassas semanas da saída do Reino Unido, o Governo ainda nem sequer nos
tenha apresentado o plano de contingência para as empresas e para a economia.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Neste tema, como noutros, infelizmente, o Governo tem demonstrado que
não olha para o futuro, não se prepara e, quando apresenta qualquer coisa, fá-lo claramente em cima do joelho.
Neste caso, a impreparação deste Governo deixa mais frágeis os cidadãos portugueses que vivem no Reino
Unido e as empresas que para lá exportam.
Isto, Sr. Presidente, Srs. Deputados e Srs. Deputados do Partido Socialista, que apoiam este Governo, mais
do que lamentável é inadmissível, e serão todos julgados por isto.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Passamos ao ponto seguinte da ordem do dia, com a apreciação do
Projeto de Resolução n.º 1824/XIII/4.ª (PS) — Recomenda ao Governo o estabelecimento de um limite
proporcional para a disparidade salarial no interior de cada organização.
Para apresentar esta iniciativa legislativa e iniciar o debate, tem a palavra o Sr. Deputado Ivan Gonçalves,
do PS.