I SÉRIE — NÚMERO 41
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A Sr.ª Secretária (Sofia Araújo): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«No passado dia 14 de janeiro, o Presidente da Câmara da cidade polaca de Gdansk, Pawel Adamowicz, de
53 anos, morreu vítima de esfaqueamento durante um evento de caridade.
Pawel Adamowicz era uma figura de relevo da vida pública polaca, conhecido sobretudo pela sua posição
crítica ao atual Governo da Polónia. Entrou para a vida política em 1990, tendo sido, pouco tempo depois, eleito
Presidente da Câmara, cargo que ocupava atualmente.
Adamowicz era um europeísta de opiniões progressistas, apoiando as causas das minorias, em particular
dos imigrantes e dos direitos LGBT.
No dia em que foi vítima do ataque que acabou por ser mortal, Adamowicz encontrava-se num evento em
Gdansk para angariação de fundos para um hospital pediátrico, no qual participavam milhares de pessoas.
A violência do ataque foi condenada unanimemente, surgindo demonstrações de solidariedade por todo o
país, que tem sido palco de uma polarização política nem sempre saudável.
Adamowicz era também uma das vozes da tolerância e dos valores democráticos num contexto de
recrudescimento da extrema-direita no seu país.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, condena o brutal ataque que levou ao
falecimento de Pawel Adamowicz, transmitindo à sua família e ao seu país a sua tristeza e pesar.»
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar este voto.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Passamos ao Voto n.º 709/XIII/4.ª (apresentado pelo CDS-PP e subscrito por Deputados do PSD e do PS)
— De condenação e pesar pelo assassinato de Pawel Adamowicz, que vai ser lido pelo Sr. Secretário António
Carlos Monteiro.
O Sr. Secretário (António Carlos Monteiro): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«No passado dia 13 de janeiro, o presidente do município de Gdansk, na Polónia, Pawel Adamowicz foi
esfaqueado durante o maior evento de solidariedade organizado anualmente no país, acabando por não resistir
aos graves ferimentos e falecendo no dia seguinte, dia 14.
O autarca polaco, de 53 anos, jurista de formação, integrou o movimento estudantil de oposição contra o
regime comunista, em 1988, na chamada «cortina de ferro», que acabaria por forçar, um ano mais tarde, a
transição democrática na Polónia.
O percurso político de Pawel Adamowicz foi marcado pelo serviço ao município de Gdansk como Deputado
e, mais tarde, como presidente, funções que exerceu de 1998 até ao dia da sua morte.
Cristão empenhado na democracia, a sua dedicação à causa pública e a entrega à igreja católica valeram-
lhe a distinção com a Cruz da Liberdade e da Solidariedade, pelo Estado polaco, e a condecoração com a
medalha ProEcclesia et Pontifice, pelo Papa João Paulo II.
Homem livre e de causas, não se isentou nunca de as expressar e afirmar, mesmo quando a sua defesa
implicava divergir ou mesmo abandonar o seu partido.
Não se conhecendo, até ao momento, as razões que motivaram este ato cobarde contra Adamowicz, em
democracia o recurso à violência como forma de afirmar convicções políticas ou defender pontos de vista é
inaceitável e injustificável.
Assim, a Assembleia da República expressa o seu pesar pela morte de Pawel Adamowicz, presidente do
município de Gdansk, apresentando condolências à sua família; condena o seu assassinato brutal; e associa-
se ao luto do município de Gdansk.»
O Sr. Presidente: — Vamos votar o voto que acaba de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do CDS-PP, do PAN e do Deputado
não inscrito Paulo Trigo Pereira, votos contra do PCP e abstenções do BE e de Os Verdes.