I SÉRIE — NÚMERO 42
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É uma decisão que vai ao encontro da posição defendida pelo PSD, embora, numa lógica tipicamente
socialista, seja remetida para o último quadriénio de aplicação da lei, algo que constitui, de resto, uma infeliz e
injustificável constante da proposta, empurrar para o futuro!
Assumida nesses termos, tal opção significa, porém, que Portugal vai, por um longo período de tempo, ficar
limitado, na melhor das hipóteses, à utilização simultânea das duas fragatas da classe Bartolomeu Dias em
cenários da mais elevada intensidade, ou de maior exigência.
Considera o Governo que essa situação é compatível com o interesse nacional e com a capacidade para
assumir as nossas obrigações em termos de defesa da soberania e do cumprimento das nossas obrigações
internacionais?
Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Em 2015, o PS não descansou enquanto não encontrou
um qualquer argumento que lhe permitisse não votar favoravelmente a revisão da LPM, criticando até soluções,
à época inovadoras, mas que agora são mantidas no texto da proposta que o seu Governo apresenta.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Muito bem!
O Sr. José de Matos Correia (PSD): — O PSD, pelo seu lado, no Governo como na oposição, guia-se pela
coerência e pela responsabilidade. Por isso, renovamos a nossa disponibilidade para, no respeito pelos
princípios que nos conduzem e pelas opções de política concreta que defendemos, contribuir para construir um
consenso alargado nas matérias de defesa nacional.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Atenção ao tempo, Sr. Deputado.
O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Vou já terminar, Sr. Presidente.
E, em lógica consequência dessa postura, iremos, em sede de especialidade, trabalhar com o Governo e
com todas as outras forças políticas, no sentido de melhorar a proposta que o Governo nos apresenta para
revisão da LPM, vendo, nomeadamente, esclarecidas as questões que aqui lhe deixei. Porque, como sempre,
o nosso objetivo único é assegurar às nossas Forças Armadas as melhores condições possíveis para o
cumprimento das missões que lhes são atribuídas, em nome do interesse estratégico de Portugal.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado João
Rebelo, do CDS-PP.
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr.ª Secretária de Estado da Defesa Nacional,
Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Caras Deputadas e Caros Deputados: Como ponto prévio
não posso deixar de lamentar o atraso na entrega da Lei de Programação Militar no Parlamento por parte do
Governo, quando deveria ter sido entregue muito antes, com tempo suficiente para fazer um debate sério e
rigoroso, ainda em 2018, e, consequentemente, ter entrado em vigor no início do presente ano.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Discutimos hoje, na generalidade, uma das leis mais importante para o
cumprimento das missões das Forças Armadas, sejam essas missões de âmbito interno, sejam essas missões
de âmbito externo no sistema de alianças em que Portugal se encontra, e nas Forças Nacionais Destacadas.
Missões em que o notável desempenho dos nossos militares representam diariamente um acrescento de
segurança e de bem-estar para o nosso País e para o povo português.
Basta recordar todas as missões realizadas em Portugal ou no estrangeiro pelas nossas Forças Armadas,
que têm sido muito apreciadas por todos pela competência e coragem, pondo em risco, por vezes, as suas
próprias vidas para garantir a segurança de todos nós.
Aplausos do CDS-PP.