I SÉRIE — NÚMERO 43
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Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — O Governo ainda dispõe de tempo, que foi cedido pelo CDS.
Assim sendo, tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Secretário de Estado da Educação.
O Sr. Secretário de Estado da Educação: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, começo por agradecer o
tempo que me foi concedido pelo CDS.
Deixo três notas breves face a alguns comentários que foram feitos.
Um aspeto referido como positivo deste Decreto-Lei é exatamente o facto de prever uma maior participação
dos encarregados de educação em todo o processo.
Na verdade, na parte do acompanhamento, há algumas queixas de aumento da burocracia, mas vale a pena
lembrar que o Decreto-Lei não prescreve nenhuma burocracia, dá às escolas a liberdade para construírem os
seus documentos, e no manual de práticas há documentos bastante sintéticos que servem de modelo.
Finalmente, a propósito de recursos, gostaria de dizer que, por ser um momento de transição, colocámos na
DGEstE e na Direção-Geral da Educação uma equipa a acompanhar todos os casos que nos são reportados e
a prioridade de afetação de recursos por parte da DGEstE tem sido em primeiro lugar para o caso dos alunos
com necessidades educativas que estão abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 54/2018.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe que conclua.
O Sr. Secretário de Estado da Educação: — Concluo, Sr. Presidente.
Se não houvesse dúvidas e hesitações, algo estaria muito mal. O que se estava a fazer era a transformar o
Decreto-Lei n.º 3/2008 no Decreto-Lei n.º 54/2018 sem a devida apropriação.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Terminámos, assim, este ponto da ordem do dia.
Passamos à apreciação da Petição n.º 138/XIII/1.ª (Movimento Erradicar a Pobreza) — Solicitam à
Assembleia da República que promova um debate sobre a erradicação da pobreza.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Rui Cruz.
O Sr. JoséRuiCruz (PS): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, Caros peticionários:
Debatemos hoje a Petição n.º 138/XIII/1.ª, apresentada pelo Movimento Erradicar a Pobreza, que solicita à
Assembleia da República que promova um debate sobre a erradicação da pobreza.
Os peticionários pretendem que, com este debate, sejam encontradas soluções mais humanas para uma
sociedade mais equitativa.
A petição que agora analisamos está em linha com toda a programação deste Governo quanto às medidas
de combate à pobreza e à exclusão social. Aliás, foi esse o quadro que encontrámos em 2015: o agravamento
das condições de risco de pobreza e de exclusão social dos portugueses, que exigiu medidas firmes e uma
intervenção urgente.
Para estancar esse agravamento foi necessário recuperar os rendimentos das famílias, aumentar o salário
mínimo nacional, reduzir o desemprego, melhorar os salários, melhorar as pensões, criar novas formas de apoio
social mais adaptadas às necessidades dos cidadãos mais vulneráveis, acabar com as situações de
precariedade ou diminuí-las no emprego público, melhorar o sistema fiscal de forma a beneficiar as famílias mais
vulneráveis ou os rendimentos mais baixos, alargar a ação social escolar, melhorar o acesso ao sistema de
saúde por parte das pessoas com rendimentos mais baixos.
De acordo com o inquérito às condições de vida e rendimento, de 2017, produzido pela Rede Europeia Anti-
Pobreza, em Portugal, nesse ano, verificou-se uma melhoria dos indicadores de pobreza e exclusão social, a
diminuição da taxa de risco de pobreza ou exclusão social, a diminuição da taxa de risco de pobreza monetária
e a diminuição da privação material severa.
Segundo este inquérito, temos uma menor proporção e um menor número de pessoas em risco de pobreza,
indicando, assim, uma melhoria efetiva.