I SÉRIE — NÚMERO 53
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É neste sentido que o Governo está a fazer o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, enquanto
resposta integrada e a longo prazo, que assenta prioritariamente na reabilitação do edificado existente,
valorizando o património local, os nossos territórios, a coesão social e territorial. Trata-se de um plano de 10
anos, que tem como objetivo duplicar a oferta de residências para estudantes em Portugal. Esse Plano inclui
cerca de 12 000 novas camas em todo o território nacional, 50% das quais nos principais centros urbanos,
Lisboa e Porto.
O objetivo é aumentar em 80% a oferta anual de alojamento para estudantes a preços acessíveis e regulados.
O Plano inclui, por isso, a construção ou reaproveitamento de cerca de 200 edifícios em território nacional,
durante a próxima década.
Este plano de intervenção visa a modernização/expansão da oferta de alojamento estudantil a custos
acessíveis, dirigida aos alunos que se encontram deslocados do seu local de residência e prevê, além das 15
000 camas de residências universitárias existentes, a criação de mais 12 000 camas, até 2021, e mais 30 000,
até 2030.
Atendendo à urgência na implementação deste plano, o Governo estabeleceu um regime especial para a sua
concretização mais célere, na primeira fase, já a partir do próximo ano letivo.
Pensar hoje o ensino superior, em particular os seus desafios no plano do acesso e da frequência, implica
assumir um compromisso efetivo na relação e no encontro entre o ensino superior e a sociedade civil.
O futuro da Europa e o desenvolvimento do País passam pelo conhecimento e pela universidade para todas
as pessoas, como uma casa a que se possa voltar em cada momento da vida.
A direita queria conhecimento para as elites, nós queremos conhecimento para todas as pessoas.
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Que vergonha!
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Há, efetivamente, ainda, muito trabalho pela frente — é certo, reconhecemo-lo. Mas
também é certo e muito gratificante viver num país onde é valorizado o acesso ao conhecimento e a sua
democratização para todas as pessoas. Um país com mais conhecimento é um país com mais democracia. É
este país que o Partido Socialista defende. É por este país que estamos a trabalhar todos os dias, é este país
com mais democracia, mais conhecimento, apelando a uma integração cada vez maior e não à desistência dos
jovens no ensino superior que todas e todos queremos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Margarida
Mano, em nome do Grupo Parlamentar do PSD.
Faça favor.
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Sr. Presidente, Caros Colegas, Minhas Senhoras e Meus Senhores: Temos
hoje em debate, por marcação do Bloco e com arrastamento de propostas do PCP, de Os Verdes e do PAN, um
conjunto de iniciativas relativamente às propinas — são nove em quinze.
As propinas são, sem dúvida, um tema atrativo em ano de eleições, um tema que se presta a demagogia,
num faz de conta inconsequente como aquele a que aqui assistimos hoje por parte dos partidos que apoiam o
Governo, ou a promessas, equívocos, sugestões e ilusões, como tem acontecido recentemente pela parte do
Governo que, sem pudor e a várias vozes, resolveu, no início deste ano, fazer das propinas um caso de
manchete.
O faz de conta do Bloco de Esquerda tem a ver, por exemplo, com o facto de o Sr. Deputado Luís Monteiro,
em 2016, ter aqui dito que a política de propinas teria um fim em três anos. Estávamos em 2016, estamos em
2019 e vêm agora, com um novo projeto, dizer que, afinal, é nos próximos três anos, em 2023.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Vocês chumbaram-no!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Há quinze dias ou há três semanas, o Bloco tinha no seu site uma
informação que dizia «o fim gradual das propinas não se justifica, dada a possibilidade do fim imediato das