16 DE FEVEREIRO DE 2019
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propinas já no próximo Orçamento do Estado». Alguns dias depois, a 4 de fevereiro, dão entrada de um projeto
de lei a defender o fim gradual.
Aqui está um partido que não sabe o que quer e no qual os portugueses não podem confiar. Temos um Bloco
que faz de conta: faz de conta que ainda não chegámos a 2019 e faz de conta que não votaram os Orçamentos
de 2016, de 2017 e de 2018.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Depois, temos as notícias falsas do Governo. O que é que podemos
esperar do Governo e do PS nesta matéria? Um Governo que diz uma coisa num dia e outra coisa no outro e
que diz, no mesmo dia, várias coisas diferentes? Na convenção nacional diz uma coisa; o Ministro, no Ministério
das Laranjeiras, diz outra; na 24 de Julho, a Secretária de Estado Adjunta e da Educação diz outra; e, aqui no
Parlamento, o Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares diz ainda outra coisa! O Governo não se
entende! Cada cabeça sua sentença e, no caso do Sr. Ministro, uma cabeça para várias sentenças!
O PSD tem uma posição muito clara nesta matéria que já foi aqui manifestada pelos colegas de bancada:
acabar com as propinas, neste momento, é uma política socialmente injusta, é um discurso demagógico. Neste
momento, esta opção só é trazida aqui enquanto subsídio eleitoral.
Relativamente às restantes questões que estão em cima da mesa, como, por exemplo, a da introdução do
teto máximo no valor das propinas dos 2.º e 3.º ciclos, o PSD considera que este deve existir para mestrados
de continuidade e profissionais necessários no acesso a profissão e que também deve ser regulada a oferta no
território nacional, mas que não faz sentido introduzir valores máximos em todos os mestrados e doutoramentos.
O sistema deve ser melhor regulado, com espaço para a oferta a preços acessíveis nas diferentes áreas do
conhecimento.
Em relação à velha questão das taxas de emolumento, o Governo, como disse o Bloco de Esquerda, ignorou
a vontade do Parlamento no Orçamento de 2016, ignorou o artigo 126.º da Lei do Orçamento do Estado de 2016
e hoje quer o Bloco, quer o PCP vêm fazer um número de faz de conta, procurando aprovar uma recomendação
ao Governo que apoiam.
Protestos do Deputado do BE Luís Monteiro.
Trata-se, claramente, de uma recomendação que o Governo não pretende cumprir. E nós dizemos o
seguinte: não acalentaremos mexidas cirúrgicas em leis estruturais, como é a Lei de Bases do Financiamento
do Ensino Superior.
Ideologicamente, não faz parte da nossa agenda acabar com as propinas e, portanto, não daremos o nosso
acordo a essa agenda de outros partidos, que andam a brincar, sendo Governo e fazendo de conta que não o
são quando se chega à altura das eleições.
Aplausos do PSD.
Também não contem connosco para fazer de conta num jogo de empurra de responsabilidades, com projetos
de resolução eleiçoeiros entre os partidos que têm governado o País, no Governo e no Parlamento.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Não contem connosco para fazer de conta relativamente a projetos de
alojamento estudantil ou em relação às bolsas.
Os senhores têm governado o País, são responsáveis, entendam-se! Repito: entendam-se!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, queira terminar, por favor.