I SÉRIE — NÚMERO 54
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Ainda bem que há o CDS para usar todos os instrumentos parlamentares ao dispor da oposição! Com sentido
de dever, com frontalidade, com coragem, sem medo da crítica, porque é isto mesmo que as pessoas nos pedem
por todo o País.
Apresentamos esta moção de censura para dar voz a tantos portugueses que, de norte a sul do País, do
litoral ao interior, estão saturados com um Governo que a muitos enganou com a fábula do fim da austeridade,
que estão exasperados com um Governo que gerou expetativas depois incumpridas, que estão cansados com
um Governo que causa rutura social e corta arrogantemente o diálogo,…
Protestos da Deputada do PS Marisabel Moutela.
… um Governo que não consegue governar, que não é capaz de resolver problemas, que os cria em vez de
os evitar, um Governo que fez escolhas erradas que estão agora aos olhos de todos.
As greves concretizadas e anunciadas, em número maior até do que nos tempos difíceis da troica, revelam
bem um Governo incapaz de manter a paz social, um Governo que com a sua ação errática em várias áreas
das políticas públicas, com a saúde à cabeça, em vez de resolver problemas, agrava-os ainda mais.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Professores, enfermeiros, médicos, polícias, guardas prisionais,
inspetores, juízes, são apenas alguns dos muitos profissionais que desesperam com a falta de diálogo do
Governo.
É um Governo esgotado, desnorteado, bloqueado e sem ação! É um Governo dirigido por um Primeiro-
Ministro perdido. Um Governo que na verdade só tem dois ministros: o Primeiro-Ministro, que é um verdadeiro
ministro da propaganda, e o Ministro das Finanças, o ministro da austeridade, o ministro das cativações feitas
regra.
Risos do PS.
Ambos mestres da ilusão orçamental, tal é a diferença entre o projetado e o executado.
Este é o Governo de carga fiscal máxima e de serviços públicos mínimos!
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Este é o Governo da carga fiscal máxima e do investimento público
mínimo!
Este é o Governo das esquerdas que consegue conter em si esta imensa contradição: cobra mais e mais
impostos às pessoas e empresas para lhes dar menos e menos em serviços e em investimento.
Aplausos do CDS-PP.
É um Governo condicionado desde a primeira hora pelas amarras ideológicas das esquerdas mais radicais
e essas amarras sentem-se área por área.
Na saúde temos hoje o exemplo mais acabado: entre o preconceito ideológico da gestão exclusivamente
pública e manter a qualidade e a eficiência do serviço público prestado no Hospital de Braga, o Governo prefere
a ideologia às pessoas e termina a concessão. E com esta má decisão espalha também a inquietude e o receio
a todos os utentes do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e do Hospital de Vila Franca de Xira.
Entre o preconceito ideológico do prestador exclusivamente público e a liberdade de escolha paga pelos
funcionários públicos, o Governo prefere a ideologia e prepara-se para esvaziar a ADSE (Instituto de Proteção
e Assistência na Doença, I.P.). Coloca em causa não apenas a qualidade e a possibilidade de escolha de 1,2
milhões de beneficiários, mas também de todos aqueles que hoje recorrem ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)
e o verão cada vez mais pressionado.