21 DE FEVEREIRO DE 2019
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Assunção de incapacidade para pensar uma estratégia de médio e longo prazo para o País e definir as
políticas certas para responder aos problemas dos portugueses.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Dentro de minutos a moção de censura será rejeitada, mas não é só
a rejeição desta moção que hoje está em causa, é a rejeição de uma estratégia, de uma atitude, de uma certa
forma de fazer oposição.
Com esta rejeição, o Governo sai com a confiança reforçada no rumo seguido ao longo destes três anos e
com a certeza do caminho que quer continuar a seguir.
Com esta rejeição, ganha o País, que vê prosseguir um caminho de recuperação da economia, do emprego,
dos rendimentos e do investimento.
Com esta rejeição, ganham os portugueses, que veem continuado um caminho de esperança que devolve a
confiança num futuro de progresso e prosperidade, um caminho que sabemos não ser fácil, um caminho de
pragmatismo e de ambição, de realismo e de esperança, um caminho para o qual ficou mais uma vez provado
que a direita não pode contribuir.
Aplausos, de pé, do PS e do Deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira.
O Sr. Presidente: — Para intervir, nesta fase de encerramento, em nome do Grupo Parlamentar do CDS-
PP, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
O Sr. PedroMotaSoares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo,
Sr.as e Srs. Deputados: Chegamos ao fim deste debate com uma confirmação clara, a de que este Governo está
esgotado.
Risos do PS.
É um Governo sem energia, sem vontade, sem ideias. É um Governo que troca soluções por ilusões. É um
Governo que já fechou para obras ou, melhor, fechou para o anúncio de obras que provavelmente nem vão ser
feitas.
O Sr. TelmoCorreia (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. PedroMotaSoares (CDS-PP): — É, por isso, legítimo que agora se pergunte: o que é que este
Governo tem hoje para apresentar à Nação? O que é que este Governo tem a dizer a um português que vai a
um hospital e vê a sua cirurgia adiada, porque há uma greve, ou o seu exame protelado, porque não há dinheiro
para arranjar uma máquina?! Nada, a não ser a promessa apresentada a Bruxelas de cortes de 236 milhões de
euros, especialmente nas áreas da saúde e da educação.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — É mentira!
O Sr. PedroMotaSoares (CDS-PP): — Que resposta é que o Governo tem para dar a uma família que não
sabe o que fazer aos seus filhos, porque a escola está fechada devido a uma revindicação sindical, fruto da falta
de palavra dada pelos membros do Governo? Nada, porque é um Governo que quebrou a paz social e está a
pagar o preço de não honrar a palavra dada.
Só em 2018 e 2019 foram entregues 372 pré-avisos de greve — o número mais elevado desta década —, e
isto, acima de tudo, afeta muitas famílias em Portugal que dependem destes serviços públicos.
Protestos do Deputado do PS Fernando Rocha Andrade.
Que esperança é que este Governo tem para dar a um pequeno ou médio empresário que suporta a carga
fiscal mais elevada de sempre ou a um agricultor que desespera pela aprovação de um fundo comunitário que