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I SÉRIE — NÚMERO 57

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O Sr. Adão Silva (PSD): — … e acredita que o Serviço Nacional de Saúde é um instrumento formidável de

promoção da liberdade e da democracia em Portugal.

Por isso, dói-nos que alguns partidos políticos embarquem nestas reiteradas fantasias de dizer que o PSD

não pensa aquilo que pensa, porque o que pensa é aquilo que eu digo: acreditamos num Serviço Nacional de

Saúde público e gratuito, tendencialmente, e universal.

Aplausos do PSD.

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Votaram contra a sua criação!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Mas, Sr.ª Ministra, nós percebemos que o Serviço Nacional de Saúde está a

andar para trás. E dou-lhe alguns exemplos.

Não sei se já pode explicar ao País porque é que andou para trás o nível excelente de baixa mortalidade

infantil que tínhamos em Portugal. O ano 2018 foi uma espécie de um «murro no estômago», em que vimos que

morreram mais sessenta e tal crianças, comparativamente a 2017.

O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Nós temos um registo formidável no que tem que ver com a mortalidade infantil

e não abdicamos de ser dos melhores países do mundo, não abdicamos disso para andar para trás.

Por favor, explique ao País o que é aconteceu nesta matéria.

O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Muito bem!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Já agora, explique também, Sr.ª Ministra, porque é que em 2018, em julho e

outubro, o número de cirurgias era menor do que em 2017. Andámos para trás, Sr.ª Ministra! Já agora, explique

também porque é que em 2018 houve mais 250 000 urgências hospitalares do que em 2017.

A Sr.ª Ministra, que sabe destas matérias, sabe que isto é andar para trás, porque se há mais urgências

hospitalares significa que os serviços anteriores — os cuidados de saúde primários, as consultas externas, etc.

— falharam, e isto é andar para trás. E é também andar para trás quando vemos que as dívidas do Serviço

Nacional de Saúde, de dezembro de 2018 para janeiro de 2019, já estão outra vez a disparar, cerca de mais 50

milhões de euros. Então, isto não é de parar?! Isto não é de inverter, Sr.ª Ministra?!

Sobre o investimento, V. Ex.ª não se referiu a ele, mas é crucial na saúde, porque o investimento permite ter

melhores condições para tratar os doentes e melhores e mais modernos equipamentos para cirurgias e

tratamentos. Mas a verdade é que, em 2018, o investimento ficou a menos de metade do previsto e longe do

que era em 2015. Isto é andar para trás, isto não é ter no centro as pessoas, Sr.ª Ministra. E digo-lhe que não é

porque olho para o País e chegam-nos ecos de que em Portalegre os médicos estão desesperados, como

acontece em Leiria, com as condições perturbadas do hospital de Leiria. Ou, então, deixe-me falar da minha

terra, Bragança: falo-lhe das condições de internamento no hospital de Bragança, que está verdadeiramente a

necessitar de obras — o seu Secretário de Estado sabe disto e as obras estão paradas por 300 000 €; falo-lhe

ainda do bloco cirúrgico de Bragança, que nunca mais é construído, ou reconstruído, ou ampliado, porque falta

dinheiro, dinheiro que foi prometido.

Olhando para o País, mais uma vez, em geral, vejo que faltam médicos, faltam profissionais de saúde em

Portalegre, em Leiria e também em Bragança. Quando é que encontram uma solução para termos médicos no

interior do País e para que haja uma igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para formular pedidos de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Joana Lima, do PS.