28 DE FEVEREIRO DE 2019
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É preciso avançar com medidas para a redução do recurso a tarefeiros e a contratação com vínculo adequado
dos profissionais para assegurar necessidades permanentes, nomeadamente dos serviços de urgência dos
hospitais.
É preciso avançar com soluções para o internato médico para os médicos de família, reduzindo-lhes a lista
de utentes, para os médicos hospitalares, reduzindo-lhes o número de horas nos serviços de urgência.
Sr.ª Ministra, valorizando todas as medidas positivas que foram tomadas nos últimos anos, reafirmamos que
o caminho não é andar para trás, é preciso avançar na solução dos problemas existentes.
Os profissionais de saúde lutam pela valorização das carreiras e respetivas grelhas salariais, pelo
descongelamento da progressão das carreiras e a contratação de mais profissionais para suprir as carências
nos vários níveis de cuidados de saúde.
A resolução destes problemas e a concretização das justas reivindicações tem de ser concretizada, e com
rapidez.
O Governo PS tem de contratar os profissionais em falta para reforçar a resposta pública. O Governo PS tem
de valorizar as carreiras, avançar nas progressões e no aumento das remunerações para fixar os profissionais
do Serviço Nacional de Saúde. O Governo PS tem de tomar todas essas medidas de fortalecimento dos serviços
públicos para vencer a ofensiva contra o SNS e defender o direito à saúde da ideologia do negócio, imposta
pelos grupos económicos e aqui defendida hoje novamente por PSD e CDS.
Sr.ª Ministra, pergunto-lhe: que opção vai o Governo tomar? Vai dar prioridade às metas do défice impostas
pela União Europeia ou vai assumir com coragem a defesa dos direitos dos profissionais de saúde como parte
integrante da defesa do SNS?
Vai ceder à chantagem dos grupos económicos da área da saúde ou vai assumir com coragem as medidas
de reforço da resposta dos serviços públicos para garantir que o direito à saúde prevalece sobre a ideologia do
negócio?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Também para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr.
Deputado Cristóvão Norte, do PSD.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, o seu antecessor, de má memória, proclamou
o Algarve como uma prioridade na saúde, tendo sido infamemente célebre o seu compromisso, firmado no início
de 2016, de que os principais problemas da região seriam resolvidos em seis meses.
Não foram e, pior, passaram mais de três anos e a trágica hemorragia não estanca, agrava-se a níveis sem
precedentes com os piores indicadores de que há memória.
Veja, Sr.ª Ministra, as queixas dos utentes cresceram uns intoleráveis 19% no País e no Algarve dispararam
103%. O Hospital de Faro mais do que duplicou o número de queixas num ano, há permanente rutura de stocks
de medicamentos e de material clínico, o que leva a, tanto em Faro como em Portimão, como ainda
recentemente foi tornado público, gritos de desespero sob a forma de ofícios dos chefes de divisão a dizerem
que assim não podem socorrer as pessoas. Dos centros de saúde do País com mais queixas, o Algarve passou
a ter o primeiro, o terceiro e o oitavo, respetivamente, Portimão, Albufeira e Faro.
Para obter uma consulta de ortopedia — uma consulta prioritária — são precisos, imagine-se, 1030 dias de
espera! Para uma consulta de urologia são precisos 1063 dias! Para uma consulta de estomatologia são precisos
764 dias! Para neurocirurgias espera-se 500 dias!
As intervenções cirúrgicas caíram, os óbitos nas urgências dispararam, o CHUA (Centro Hospitalar
Universitário do Algarve) de universitário só tem mesmo o nome e essa designação foi rompida pelos senhores,
porque anularam um consenso técnico de que o hospital do Algarve seria a segunda prioridade a nível nacional
e preferiram um consenso político, em razão de opções partidárias, descurando o interesse público.
Protestos do PS e do PCP.
Sr.ª Ministra, o que se pode dizer a pessoas que ganham agora mais 5 €, 10 €, 15 € por mês — e o Governo
di-lo — mas que têm parcos rendimentos? Que acesso têm elas à saúde quando há estas listas de espera,