28 DE MARÇO DE 2019
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nacional, e tem propostas. O PSD quer promover a igualdade de oportunidades e a formação superior, promover
a fixação de população nas zonas mais despovoadas.
Por ser o partido da coesão nacional, o PSD quer reforçá-la com medidas concretas, sendo por isso que
apresentámos o regime de estímulo ao ensino superior em baixa densidade.
E quem governa, Srs. Deputados, tem alguma coisa que se veja ou só a conversa fiada habitual?
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Paulo Trigo Pereira.
O Sr. Paulo Trigo Pereira (N insc.): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em política, como em
economia, temos de fazer escolhas e escolher os instrumentos adequados para atingir os objetivos. Do grande
conjunto de propostas que hoje discutimos e que vamos votar vou falar apenas em duas.
Começo pela primeira proposta do PCP, a única que vou votar favoravelmente, que tem a ver com a lei-
quadro da ação social escolar. De facto, o melhor instrumento para promover a igualdade de acesso, de
frequência e de sucesso no ensino superior é a ação social escolar. Portanto, reduzir as propinas
universalmente, como foi feito neste Orçamento do Estado, não é um bom instrumento.
Quando há recursos escassos, temos de reduzir e orientar as nossas opções para aquelas que têm maior
impacto. Sem prejuízo de, caso seja aprovado na especialidade, ser melhorado, esse é um instrumento correto
e terá o meu apoio.
Sobre os três projetos relativos à alteração do posicionamento remuneratório dos docentes no ensino
superior, estes focalizam um problema que existe, que é o de um tratamento diferenciado da alteração de
posição remuneratória dos docentes no ensino superior, mas a sua forma de o atacar é incorreta.
Talvez só eu, aqui, me preocupe com a norma-travão,…
Protestos da Deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa.
… mas todos estes projetos acabam com a implementação no dia seguinte à sua promulgação. Não podemos
aprovar, no Orçamento do Estado, um limite para as valorizações remuneratórias e, depois, estar durante o ano
a aprovar projetos de lei que tenham impactos orçamentais profundos.
Para terminar, diria que, de facto, temos um problema, que é o de cada faculdade utilizar critérios
completamente diferentes. Mas isso deriva de leis, nomeadamente do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente
do Ensino Superior e Politécnico, que permitem que assim seja.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Duarte
Marques, que já se encontra presente.
O Sr. Duarte Marques (PSD): — Sr. Presidente, peço antecipadamente desculpa pela minha ausência de
há pouco.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Esta iniciativa do PSD tem como objetivo clarificar um conjunto de
abusos que têm sido praticados por algumas instituições, mas, sobretudo, dar uma resposta àquilo que o
Governo, ao longo de quatro anos, não conseguiu resolver.
Devo recordar aqui que, logo no Orçamento do Estado de 2016, e também no de 2017, o Governo se
comprometeu a clarificar a questão das taxas e dos emolumentos.
Como é habitual, este Governo anunciou um estudo, anunciou uma reforma e depois nada fez. Andou a
perguntar a instituições, à Direção-Geral do Ensino Superior e, ao fim de quatro anos, nada está feito.
Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.
O que o PSD vem fazer, com esta iniciativa, é propor uma clarificação das despesas de frequência do ensino
superior, que estão, ou não, contabilizadas quando se paga uma propina. É que se um estudante paga uma
propina, há um conjunto de documentos, um conjunto de exercícios que o Estado não pode voltar a cobrar ao
estudante.