17 DE ABRIL DE 2019
53
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Parece que o Partido Socialista falhou em aprender a lição desta Legislatura
e as expectativas de recuperação de direitos que ela, legitimamente, criou, lá fora, na rua, aos professores, a
todos os funcionários públicos e a todos os trabalhadores.
É por isso que o Governo está hoje aqui isolado e já entra para este debate derrotado. O que nós queremos
é que os professores saiam deste debate vencedores.
O PSD apresenta duas propostas: uma próxima à do Governo, para pagar já 2 anos, 9 meses e 18 dias, e
uma próxima à do Governo, para não pagar seis anos e meio,…
O Sr. Pedro Alves (PSD): — Não diga isso! Seja séria!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … disfarçando com jogos de sombras aquilo que seria a efetivação do direito
à recuperação integral do tempo de serviço. «Fugiu a boca para a verdade» ao Sr. Deputado Pedro Alves,
quando disse que o PSD estava aqui, mais uma vez, para lançar a mão ao Governo, para dar a mão ao Governo.
Vozes do BE: — Exatamente!
A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Não, não! Isso é convosco!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — É que, ao remeter o resto do tempo de serviço para negociação com quem
já provou que não quer negociar e que está de má vontade na negociação, o que está a fazer é a deixar a
carreira dos professores nas mãos de Mário Centeno.
O Sr. Pedro Alves (PSD): — São os vossos Orçamentos!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — E isso não é e não pode corresponder à verdade daqueles que aqui dizem
querer defender a carreira dos professores.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, já ultrapassou o tempo de que dispunha.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — É que 9 anos, 4 meses e 2 dias não são um exercício de estilo nem são um
exercício de retórica, são dias trabalhados que têm de ser reconhecidos, e é isso que o Parlamento tem de fazer.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, peço-lhe para concluir.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Concluo, Sr. Presidente.
O PSD e todas as bancadas têm a oportunidade de vir a jogo na especialidade, para reconhecer,
efetivamente, este tempo de serviço às professoras e aos professores.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para finalizar o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Mesquita, do PCP.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, em relação a este debate, queremos começar por dizer que,
quando se fala de liberdade, o Governo não tem, nem pode ter, a liberdade, nem tão-pouco a legitimidade, para
violar os direitos dos trabalhadores, conquistados com a luta e a reivindicação, nomeadamente o direito à
carreira, neste caso, à carreira docente.
Aplausos do PCP.
A primeira proposta do Governo neste processo é igual à última, é apagar o tempo de serviço. Essa é a
grande intransigência que aqui está colocada.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É um facto!