O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 77

20

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor não consegue dar

uma única resposta concreta, mas, então, faço-lhe uma mais fácil: quem é que no seu Governo está a gerir esta

crise? É o Ministro do Ambiente e da Transição Energética? É o Ministro do Trabalho? É o Ministro da Economia,

que apareceu a falar? Ou é o Ministro das Infraestruturas, que agora aparece a dizer que vai ser o negociador?

Quem é o responsável?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, o responsável sou eu, através dos Ministros

competentes para cada uma das áreas.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, passarei a dirigir-lhe diretamente as perguntas,

uma vez que ninguém, sequer, percebe quem são os outros Ministros que estão responsáveis por este domínio.

Portanto, se é o Sr. Primeiro-Ministro, ainda bem, é a si que vamos sempre perguntar.

Sr. Primeiro-Ministro, passo ao tema que nos trouxe aqui hoje e que é muito importante, o tema da segurança

social. Compreendemos bem a posição do Governo, que aqui é a mesma que é noutras áreas: há um problema

e o aumento de impostos trata de resolver esse problema. Mas eu acho que as questões são mais profundas e

não têm a ver com este estudo que apareceu agora.

Desde logo, o Conselho Económico e Social, em relação ao Orçamento do Estado, sinalizava que era pouco

compreensível que, apesar da evolução demográfica claramente desfavorável para a segurança social, os

resultados do exercício de projeção apontassem para uma melhoria.

Mais ainda: os dados que o Sr. Primeiro-Ministro nos traz hoje estão assentes — e era bom que as pessoas

soubessem isso — numa melhoria de produtividade que nos coloca ao nível da Alemanha.

Acho ótimo que tenhamos essa ambição, queremos e devemos trabalhar para isso, mas, infelizmente, não é

essa a nossa realidade neste momento, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Queria fazer-lhe uma pergunta com muita clareza.

O que as pessoas precisam de saber, com segurança, Sr. Primeiro-Ministro, quando têm 20, 30, 40, 50 anos,

é com o que podem contar para orientarem a sua vida e não estarem a confiar numa solução que, se calhar,

não vai aparecer ou que não vai aparecer de acordo com a generosidade, o desejo e o direito das pessoas.

Portanto, a minha pergunta é esta: a uma pessoa que tem hoje 30, 40 ou 50 anos, o que é que o Sr. Primeiro-

Ministro responde, se essa pessoa lhe perguntar quando é que se poderá reformar e quanto é que terá de

reforma? Será o mesmo ou menos do que aquilo que está a receber enquanto está na vida ativa? Quanto é que

essa pessoa vai receber na sua reforma?

Aplausos do CDS-PP.

Protestos do Deputado do PS Fernando Rocha Andrade.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, não percebeu o essencial.

O que tem melhorado a sustentabilidade da segurança social não é o aumento de impostos, é o aumento de

emprego. Mais e melhor emprego, é isto que tem melhorado a sustentabilidade da segurança social.