18 DE ABRIL DE 2019
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O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, já ultrapassou largamente o seu tempo, pelo que lhe peço para
concluir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e só terminarão quando este Governo cessar funções.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Precisamente!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Pois, felizmente, os portugueses têm boa memória e sabem bem que, com este
Governo, estão muito melhor do que estavam quando V. Ex.ª fez a liberalização do eucalipto ou a liberalização
do mercado das rendas.
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, para formular perguntas, em nome do Grupo Parlamentar do
PCP, o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, antes de mais um registo, porque
a demagogia sobre os impostos tem sido muita,…
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — A demagogia, não! Os impostos é que têm sido muitos!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … como, aliás, se notou, no afloramento que aqui foi feito, por parte da
Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
Estão em curso os acertos relativos ao pagamento do IRS (imposto sobre o rendimento das pessoas
singulares), por parte de trabalhadores e pensionistas. É mais um momento para verificar o resultado da criação
dos dois novos escalões, no Orçamento do Estado para 2018, que se traduz numa redução do imposto pago
pelos trabalhadores e em sentido oposto àquele que PSD e CDS impuseram ao povo português nos últimos
anos.
Aplausos do PCP.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — De facto, com o contributo que o PCP se orgulha de ter dado, foi
possível introduzir critérios de maior justiça fiscal, aliviando a tributação sobre os rendimentos do trabalho.
Sabemos que teria sido possível ir mais longe. O Governo não esteve disponível para acompanhar o PCP, mas,
como temos dito, o PCP não desistirá de mais justiça fiscal.
Sr. Primeiro-Ministro, em relação ao tema que nos trouxe, no momento em que a segurança social atravessa
uma situação financeira que é das melhores dos últimos 20 anos, voltamos a ser confrontados com os apetites
dos grandes grupos económicos.
Há umas semanas foi a decisão do Parlamento Europeu, de criação de um megafundo de pensões europeu,
que PS, PSD e CDS votaram favoravelmente.
Há poucos dias foi um estudo, encomendado por um grupo económico, que concluiu com a ameaça da
falência da segurança social e propostas de aumento da idade de reforma para 69 anos.
Nem vale a pena citar Cavaco Silva, porque esse, então, quer a idade de reforma até aos 80 e, se possível,
trabalhar até morrer.
Risos do PS.