O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 77

30

Sr. Primeiro-Ministro, estamos com um problema muito sério de uma monocultura que está a alastrar, com

graves problemas ambientais, designadamente a nível do gasto de água, mas também da utilização excessiva

de pesticidas, com a contaminação da água e dos solos.

Sr. Primeiro-Ministro, é fundamental colocar-lhe esta questão: o Governo do PS está ou não disposto a

trabalhar para travarmos este disparate de extensão do olival intensivo e superintensivo e, de resto, também, de

outras culturas, como o amendoal, que estão, de facto, a devastar ambientalmente o sul do País?

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, os estudos de que dispomos

não confirmam essas consequências do olival intensivo. Portanto, solicitámos a realização de um novo estudo,

mais aprofundado, para medir as suas consequências, e dele se retirarão as ilações devidas.

Partilho consigo do balanço positivo que fazemos desta Legislatura. Não diria que alguém puxou alguém.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Não é verdade!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Acho que seria injusto eu dizer que o Governo puxou a Sr.ª Deputada para

aceitar uma gestão orçamental prudente que permitiu termos o défice mais baixo da democracia e uma redução

sustentada da nossa dívida pública.

A leitura que faço desta Legislatura é a de que, em conjunto, o PS, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista

Português e o Partido Ecologista «Os Verdes» souberam harmonizar as suas políticas, de forma a,

simultaneamente, termos mais crescimento, melhor emprego, menos desigualdade e contas certas. Acho que

foi uma combinação virtuosa, tem sido uma combinação virtuosa, que só merece ter boa continuidade.

Finalmente, Sr.ª Deputada, registo que hoje não me voltou a perguntar, como fez nos dois últimos debates,

o que é que o Governo decidiu sobre a barragem do Fridão. Esperava da Sr.ª Deputada que registasse

satisfação com a decisão do Governo,…

Aplausos do PS.

… mas, Sr.ª Deputada, também sei que mais importante do que as palavras é o que lhe vai no coração…

Risos do PS.

… e tenho a certeza de que está contente e satisfeita com a decisão tomada pelo Governo.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado André Silva, do PAN.

O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sabe o que têm em comum os projetos do

aeroporto do Montijo, as dragagens do Sado e a exploração de lítio em Montalegre? Em todos eles o Governo

assinou contratos de obra ou de concessão antes de ter uma avaliação de impacte ambiental positiva.

Há aqui um padrão de atuação do Governo: primeiro, assina contratos, anunciando publicamente as

vantagens económicas e políticas, e depois adaptam-se os estudos de impacte ambiental com a adoção de

medidas de mitigação insuficientes, fazendo de conta que está tudo bem.

Lá está, continua a predominar o modelo da economia do curto prazo em detrimento da visão estratégica de

gestão responsável do bem comum.

Sobre o aeroporto do Montijo sabemos que o estudo de impacte ambiental já foi concluído e entregue ao

Governo e que continuam a ser identificados impactos bastante negativos para a vida das pessoas da região e

para a população de aves que habita o estuário do Tejo.