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18 DE ABRIL DE 2019

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invertendo completamente o princípio da capacidade fiscal, segundo o qual deve pagar mais quem mais dispõe

e pagar menos quem menos dispõe.

É alguém que propõe também, no mesmo estudo, que seja eliminada a redução do IVA (imposto sobre o

valor acrescentado) na restauração, ignorando o impacto brutal que a redução do IVA na restauração teve na

dinamização do mercado de trabalho e no aumento efetivo da receita das contribuições para a segurança social,

não por aumento das taxas contributivas mas por aumento do emprego.

De facto, a chave da sustentabilidade está em termos mais e melhor emprego, emprego mais digno e com

salários mais justos. Este tem de ser o caminho a prosseguir.

É por isso que estamos hoje, efetivamente, na melhor situação da segurança social nas últimas décadas.

As transferências para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, de 2016 até agora,

representam 22%; aumentámos o prazo em que não é necessário recorrer ao Fundo de Estabilização

Financeira; no ano passado, a segurança social não careceu sequer de transferências do Orçamento do Estado

para o seu próprio orçamento para que pudesse funcionar; nos primeiros três meses deste ano tivemos um

aumento de 8% da receita contributiva da segurança social relativamente ao primeiro trimestre do ano passado.

A que se deveu este aumento de 8%? Deveu-se ao aumento do emprego e dos vencimentos. Isto significa que

estamos a contribuir para ter uma segurança social mais estável, mais sustentável, e este é o caminho que

devemos prosseguir.

É necessário estudar todos os cenários? Claro que sim, porque é necessário não desconhecer os desafios

que existem pela frente e é necessário estudar as medidas que temos de adotar para melhorar o nosso quadro

demográfico.

Temos de estudar as formas como podemos diversificar as fontes de financiamento da segurança social.

É necessário estudar, sobretudo num quadro de automação crescente das empresas, propostas como as

que o PCP tem apresentado, sobre a contribuição com base no valor acrescentado líquido.

É necessário estudar e pensar. A solução não é o imobilismo e a ausência de postura reformista, mas é

importante que toda a medida reformista seja tomada com base numa grande clareza de valores. E o primeiro

valor essencial é o de que a segurança social que queremos é uma segurança social pública e universal, que

não ponha em causa os direitos adquiridos, que não ponha em causa o futuro das novas gerações, assegurando-

lhes sustentabilidade, para que a contribuição que hoje fazem tenha a garantia de contrapartida de uma

prestação futura. É esse reforço de segurança que temos de continuar a fazer, promovendo políticas económicas

de crescimento, emprego e sólida gestão orçamental, para que possamos continuar a robustecer a nossa

segurança social.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, foi possível avançar na defesa,

reposição e conquista de direitos, mas a situação continua marcada por baixos salários e uma legislação laboral

contrária aos interesses dos trabalhadores.

O PCP defende a valorização do trabalho e dos trabalhadores com a eliminação das normas gravosas da

legislação laboral, a concretização do aumento geral dos salários, incluindo do salário mínimo nacional, a

contagem de todo o tempo de trabalho para as progressões e a valorização das carreiras como estratégia

essencial para a melhoria das condições de vida, o aumento futuro das pensões de reforma e o estímulo à

atividade económica e à produção nacional.

Estas são reivindicações de trabalhadores dos mais diversos setores nas suas lutas, e que aqui à frente da

Assembleia da República, na passada quinta-feira, foram reafirmadas, na concentração nacional promovida pela

CGTP-IN.

Mas o Governo do PS, convergindo com o PSD e o CDS, está a procurar manter as normas gravosas da

legislação laboral e, em vários casos, até a torná-las piores.

Sr. Primeiro-Ministro, não considera que é hora de, também nesta matéria, dar expressão à valorização do

trabalho e dos trabalhadores?