18 DE ABRIL DE 2019
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Começamos a perceber por que razão é que o Governo não quer realizar uma avaliação ambiental
estratégica, que, insistimos, é obrigatória. Esta daria informação alargada sobre os impactes de longo prazo em
toda a região envolvente ao aeroporto.
O Sr. Primeiro-Ministro tem-se mostrado irredutível, dizendo que o aeroporto do Montijo é para avançar e
que não existe plano B. Mas vai mesmo continuar a insistir numa obra que degrada a saúde das pessoas e que
devasta a avifauna do estuário do Tejo, um ecossistema já bastante fragilizado?!
Está disponível, Sr. Primeiro-Ministro, para reconsiderar a localização do aeroporto, nomeadamente para
analisar a solução de Beja, valorizando assim o interior e as suas populações?
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado André Silva, em primeiro lugar, há uma
necessidade efetiva do País, há muitos anos reconhecida e que, finalmente, hoje, já ninguém põe em dúvida: o
País precisa de um novo aeroporto internacional.
No prazo que temos hoje para responder às necessidades, a melhor solução possível é a combinação da
otimização da utilização do aeroporto da Portela com um segundo aeroporto no Montijo. Aquilo que foi assinado
foi isto, desenvolvendo-se os estudos necessários, designadamente o estudo de impacte ambiental. O estudo
de impacte ambiental foi apresentado, está a ser analisado pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente) e este
momento não é o da decisão política, é o da avaliação técnica.
Como sempre dissemos, não há, de facto, um plano B, alternativo à solução que é a melhor. E Beja,
claramente, não é a alternativa a esta solução. O que dizemos, também, é que aquilo que resultar da avaliação
ambiental terá de ser respeitado: se houver medidas de modificação, elas serão adotadas; se não forem
necessárias, não serão adotadas; se for chumbado, não se poderá prosseguir com esta solução. Mas todos
teremos de ter consciência de que, não prosseguindo com esta solução, o único plano B não é um plano B, é
um plano A, e corresponde a voltar 10 anos atrás e a fazer o aeroporto, que, então, foi decidido não fazer, em
Alcochete.
Este é o quadro, mas, neste momento, aguardamos, serenamente, aquilo que a APA tem a dizer sobre a
avaliação que faz do estudo de impacte ambiental que foi apresentado na sexta-feira passada.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, para formular perguntas, em nome do Grupo Parlamentar do
PS, a Sr.ª Deputada Wanda Guimarães.
A Sr.ª WandaGuimarães (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr.
Primeiro-Ministro, antes de uma intervenção mais global do Partido Socialista, valerá a pena aprofundar a
questão do funcionamento da segurança social.
Sim, assumimos que existem alguns atrasos na atribuição da primeira prestação, mas importa, obviamente,
perceber porquê.
No anterior Governo houve um desinvestimento deliberado no sistema informático da segurança social, já
em marcha, e que estava a preparar a digitalização total das carreiras contributivas.
Acresce que o cálculo de um pedido de pensão pode levar à consulta de arquivos físicos diversos e dispersos,
ocasionando atrasos óbvios, se se quiser garantir um cálculo rigoroso do montante, e que o anterior Governo
reduziu, em 30%, os efetivos do Centro Nacional de Pensões (CNP). Entretanto, já recuperámos parte,…
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Já, já!…
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — … mas é necessário sublinhar que, em 2018, foram contabilizados mais
50 000 pedidos do que em 2014, quase mais 40%.
Portanto, o que se está a fazer é a retomar a informatização onde a direita a cortou. Exemplos: novo simulador
de pensões, desenvolvimento de novas funcionalidades, redesenho de processos, alteração de procedimentos
e renovação do parque informático. E, claro, estamos também a proceder ao reforço dos recursos humanos,