18 DE ABRIL DE 2019
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O Sr. TiagoBarbosaRibeiro (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, nas
últimas semanas, como também se viu hoje, os partidos da direita entraram definitivamente em modo de
campanha eleitoral.
Sobre as eleições europeias não têm dito muito, o que é proporcional ao pouco ou nada que têm feito na
Europa. Aliás, o que fizeram preferem esconder. É que nos intervalos em que não faltavam às suas obrigações,
no Parlamento Europeu, os candidatos da direita lá estavam a defender força máxima nas sanções contra
Portugal, quando começámos a aumentar salários e pensões. Querem que o País esqueça, mas nós lembramo-
lo!
Aplausos do PS.
Quando passamos para a política nacional, o problema é outro. Aqui, PSD e CDS já vão dizendo algumas
coisas, mas percebemos por que razão é que o povo diz que algum silêncio é mesmo de ouro. É que, sempre
que falam, desfazem a ilusão de que aprenderam com os erros e mostram que as supostas novas ideias não
passam de uma cinzenta recauchutagem do passado.
Aplausos do PS.
Tem sido assim em todas as áreas — é Rui Rio quem o diz! —, da crítica aos passes sociais, que aliviam o
bolso dos portugueses que usam os transportes públicos que os senhores tentaram privatizar e desmantelar,
até ao velho sonho de privatização da Caixa Geral de Depósitos. Não escapa nada e, quando não fala Rui Rio,
falam por ele, como naquele rascunho de pré-programa eleitoral, onde este PSD diz ao que vem e isso é
demasiado parecido com o outro PSD, que aspira ao PSD que veio: pôr os mais pobres a pagar IRS, aumentar
o horário de trabalho dos funcionários públicos e agravar o IVA da restauração, cuja redução foi essencial para
dinamizar a atividade económica e criar milhares de postos de trabalho.
Isso é só o começo, mas já dá para ver um PSD a olhar para o retrovisor. Trata-se de um partido que teima
em querer voltar para trás, num País que andou para a frente com a governação socialista, algo que não
perdoam e por isso querem voltar ao poder, para destruir, privatizar, cortar e desmantelar.
Aplausos do PS.
É precisamente isso que querem fazer na segurança social e daí a importância do tema deste debate
quinzenal.
Um estudo alarmista de uma conhecida fundação serviu, nos últimos dias, para dar amplitude à campanha
de medo da direita, agitando o fantasma do colapso da segurança social pública e do aumento da idade de
reforma, que, da última vez que vi, já ia em 80 anos e parece que continua a aumentar.
Os senhores sabem que isso é mentira, mas isso não interessa, porque o que verdadeiramente querem é
assustar os portugueses, os mais novos e os mais velhos, para criarem o caldo favorável à entrega das suas
pensões a fundos privados. É isto que os senhores querem!
Aplausos do PS.
Foi por isso que o PSD já veio apelar a amplas reformas, que, como sabemos, são a sua senha e
contrassenha para cortes e privatizações. E a Deputada Assunção Cristas pediu soluções criativas, como
aquelas que o CDS tem apresentado nesta matéria.
Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, lá criativas as vossas soluções são, aliás, lembro-me de
várias das vossas soluções criativas que foram chumbadas pelo Tribunal Constitucional, e lembro-me de uma,
em especial, de 2012, tão criativa, mas tão criativa, que há três semanas se tornou numa inconstitucionalidade
retroativa — uma novidade que obriga agora à revisão das pensões de 100 000 pensionistas durante os últimos
6 anos.
Aplausos do PS.