3 DE MAIO DE 2019
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A Sr.ª Catarina Martins (BE): — É que aquilo que o Partido Socialista diz é que as PPP podem continuar de
forma supletiva e temporária. Ora, temporários são todos os contratos das PPP!
Vozes do BE: — Claro!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Os que estão em curso são de 10 anos.
Aplausos do BE.
Mais, Sr. Primeiro-Ministro: tínhamos acordado que as convenções com os privados passavam a ser
supletivas e o Partido Socialista tirou isso do texto, ficando igual ao que a direita sempre defendeu.
Vozes do CDS-PP: — Ah!
Protestos do PS.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, a única forma de salvar o Serviço Nacional de Saúde
é com investimento e protegendo-o da privatização e das PPP.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Afinal, sempre há acordo!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — É garantindo que o recurso aos privados é supletivo, algo que o PS tirou da
sua proposta. Foi esse o repto que nos deixou António Arnaut e é o que tantos socialistas têm dito nestes dias.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — A questão essencial do recuo do Partido Socialista, Sr. Primeiro-Ministro,
é, de facto, a abertura à gestão privada de hospitais públicos, através de PPP. Não vale a pena fazer de conta
que é coisa pouca. Os privados já ficam com 40% do Orçamento do Estado para a saúde.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Pois claro! Exatamente!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Só para os hospitais em PPP, nos Orçamentos que aprovámos nesta
Legislatura, foram 2000 milhões de euros, quase milhões de euros por ano para as PPP! Não é por acaso que
o Grupo Mello, os chineses da Fosun ou os americanos da UnitedHealth concorrem às PPP.
Protestos do CDS-PP.
Nem foi por acaso que o PS ensaiou este recuo. Não é coisa pouca!
Sr. Primeiro-Ministro, o Serviço Nacional de Saúde foi criado há 40 anos como serviço público de prestação
de cuidados de saúde a todos os cidadãos e cidadãs deste País. António Arnaut e os partidos de esquerda
escolheram, então, não abrir na lei a possibilidade de gestão privada de hospitais públicos. A direita votou contra
e fez sempre tudo para diminuir o SNS. Em 1990, foi Cavaco Silva quem abriu a porta à privatização da saúde
com a Lei de Bases que está hoje em vigor.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Bem lembrado!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — O PS e toda a esquerda votaram contra esta lei.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — E quem é que abriu às PPP?!