15 DE JUNHO DE 2019
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A Sr.ª Ana Oliveira (PSD): — Mas, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, se querem falar do passado vamos
continuar a falar do passado.
Em 2011, o Governo PSD/CDS encontrou um País à beira da bancarrota devido à governação do mesmo
Partido Socialista a que as bancadas do Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes têm dado cobertura, nos últimos
quatro anos.
O Governo PSD/CDS encontrou o Ministério da Saúde com dívidas que ultrapassavam os 3,7 mil milhões de
euros, mais de um terço do orçamento anual do Serviço Nacional de Saúde.
Apesar de todas as dificuldades, o anterior Governo abriu 132 novas unidades familiares, mais do que as 29
anualmente abertas pelo atual Governo nos primeiros três anos desta Legislatura.
Apesar de todas as dificuldades, o anterior Governo abriu sete novos equipamentos hospitalares no SNS,
enquanto o atual Executivo, em quase quatro anos, não colocou em funcionamento nenhum hospital. A verdade
é que os resultados da anterior governação não foram só fruto das políticas do PSD, foram essencialmente os
efeitos do esforço de um povo que sofreu com a irresponsabilidade daqueles que hoje estão no poder.
Mas voltemos à iniciativa em questão, em cujo preâmbulo o Bloco de Esquerda refere que tem apresentado
inúmeras iniciativas, inclusivamente em sede de Orçamento do Estado, com vista à eliminação das taxas
moderadoras. O problema é que votaram favoravelmente quatro Orçamentos do Estado do Partido Socialista,
onde nenhuma das vossas iniciativas se inserem.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem lembrado! É verdade!
A Sr.ª Ana Oliveira (PSD): — Isto não será um contrassenso, ou só basta a intenção? Srs. Deputados, de
intenção estão os portugueses fartos!
Em relação ao objeto da iniciativa, vamos a factos. O Bloco de Esquerda fala em isenção nas consultas dos
serviços primários, mas até maio passado ainda existiam cerca de 750 000 portugueses sem médico de família
atribuído. Vamos ocultar este facto? Ainda por cima, o Governo que a vossa bancada suporta prometeu, vezes
sem conta, que até ao final do mandato resolveria o problema. A equidade e o serviço de saúde igual para todos
aqui não se aplicam?
O Sr. Adão Silva (PSD): — Exatamente!
A Sr.ª Ana Oliveira (PSD): — Ou será que também não podemos estar a falar sobre a sobrecarga que os
profissionais de saúde sofrem diariamente? Sim, Srs. Deputados, muitos profissionais não trabalham 35 horas
por semana, como sabem, muitos profissionais chegam a trabalhar o dobro.
Ou será que também não deveríamos estar a falar sobre a insuficiência que existe na contratação de
profissionais?
Querem isentar as consultas da especialidade, caso as mesmas sejam referenciadas pelo SNS. Estamos de
acordo. E as listas de espera? Como conseguem explicar que, em serviços de especialidades médicas
hospitalares, se verifiquem tempos de espera superiores a um ano, dois ou até mesmo três anos? Não
deveríamos estar a falar no combate à violação dos tempos de resposta?
Quando se fala de saúde, fala-se de segurança, fala-se de proteção, onde as pessoas, principalmente as
mais vulneráveis, deveriam ser o centro do debate. Ao invés disso, assiste-se a uma guerra de ideologias para
ver quem tem mais dividendos políticos, ignorando e desrespeitando os portugueses, porque os casos
acumulam-se: equipamentos degradados, profissionais exaustos, serviços hospitalares sem capacidade de
atendimento, listas de espera sem fim. Um Serviço Nacional de Saúde no real ponto de rutura!
Não vale a pena utilizarem a argumentação de que a culpa é do anterior Governo ou, então, que a bancada
do PSD só fala de situações negativas,…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, agradecia que terminasse.
A Sr.ª Ana Oliveira (PSD): — … porque o nosso papel constitucional é a representação de todos os
portugueses e, nessa qualidade, todos nós aqui presentes somos responsáveis perante todos os cidadãos. É