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21 DE JUNHO DE 2019

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Enquanto criava essa unidade de grandes contribuintes para as grandes empresas, ao mesmo tempo, fazia

uma segmentação no setor empresarial, porque diminuía as taxas de IRC, sucessivamente, e nós sabemos que

isso afetava os lucros das grandes empresas, que ficavam cada vez maiores porque pagavam cada vez menos,

ao mesmo tempo que continuava a criar pressão nas pequenas e médias empresas, por exemplo, com os custos

da eletricidade, que, como sabemos — tantas vezes o discutimos aqui na Assembleia da República! —, era um

peso brutal com o aumento do IVA aplicado pelo Governo anterior.

Enquanto aumentavam a atuação da Autoridade Tributária, criando enormes big brothers, como, por

exemplo, o e-fatura, lembramo-nos que eles queriam utilizar os serviços da Autoridade Tributária. Para fazer o

quê? Para fazerem a cobrança de portagens em SCUT a entidades privadas ou para irem atrás de contribuintes

que não tinham pago as taxas moderadoras. Ora, esta é a justiça fiscal do CDS, foi também a do PSD e, por

isso, nós sabemos da sua insensibilidade.

Mas vamos a números. No pico da crise, quando a recessão estava instalada no País, quando as falências

de empresas se sucediam em catadupa, quando o desemprego atingiu valores que nunca tinha atingido antes,

tivemos, em 2013, meio milhão de salários penhorados pela Autoridade Tributária, pela mão de Paulo Núncio,

do CDS-PP. Em 2013, houve mais de 2 milhões de ordens de penhora pelas mãos de Paulo Núncio, do CDS-

PP, e estas ordens foram aumentando, ano após ano, até chegarem a 3 700 000 ordens de penhora por parte

do fisco, pelas mãos de Paulo Núncio, do CDS-PP.

Chegámos a situações caricatas, completamente absurdas, em que o CDS, através da Autoridade Tributária

e de Paulo Núncio, que a tutelava, fazia penhoras de bolos de pastelaria, de donativos a IPSS ou de faturas de

restaurantes! Mas, mais do que motivos para brincadeira, existia a realidade chocante de colocar em leilão, por

parte do fisco, milhares de casas de famílias carenciadas. Só em 2015 foram vendidos — repito, vendidos! —

2356 imóveis que eram morada de família.

Por isso, ainda bem que o CDS não está agora no governo, porque não continuou com este plano de

destruição da vida das pessoas e não tem a tutela da Autoridade Tributária.

Conseguimos mudar a lei para melhor. Por exemplo, conseguimos a humanização de proteger a penhora da

casa de morada de família e, neste momento, o fisco não pode vender a casa de morada de família por dívidas

fiscais. Como é que votaram o CDS e o PSD? Não quiseram saber desta realidade, preferiam a lei anterior, que

despejava pessoas.

Só para que conste, e mais uma vez por estatísticas, foram mais de 20 000 — vou repetir, mais de 20 000

— as famílias que não foram atiradas para «o olho da rua» porque esta maioria parlamentar mudou a lei que

CDS e PSD criaram durante o seu Governo.

Conseguimos uma redução dos impostos na vida das pessoas — no IRS e com o fim da sobretaxa —, coisa

contra a qual o PSD e o CDS votaram, porque votaram contra todos os Orçamentos do Estado.

Conseguimos a eliminação do pagamento especial por conta no Orçamento do Estado. E como votaram PSD

e CDS? Votaram contra, novamente, porque votaram contra o Orçamento do Estado. Eles não queriam baixar

os impostos para as pessoas, para as pequenas e médias empresas, só o queriam para as grandes empresas.

É por isso que, para fugirem às suas responsabilidades e às suas escolhas ideológicas, tentam fugir ao

verdadeiro debate do âmago da economia.

Dizia o PSD, e já nos disse o CDS, que temos a maior carga fiscal de sempre. Mas como é isso possível,

então, se a taxa de IVA não foi alterada, se as taxas do IRS foram reduzidas?

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Diga lá como é que isso é possível! Diga lá!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Milagre!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Eu vou responder: se temos mais receita de IVA com a mesma taxa de

IVA ou até com alguns produtos a pagarem menos IVA, a resposta é porque houve mais transações na

economia. E perguntam: por que é que houve mais transações na economia? Porque há mais dinheiro na

economia. E por que é que há mais dinheiro na economia? Porque há mais dinheiro no bolso das pessoas,

porque deixámos de cortar salários e pensões. E por que é que as pessoas têm mais dinheiro? Porque há mais

pessoas empregadas e é por isso que a economia cresce!