I SÉRIE — NÚMERO 98
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Depois, o Estado não pode penhorar desproporcionadamente. Para um valor pequeno, não pode penhorar
algo com um valor muito superior, limitando assim a vida dos contribuintes; não pode penhorar veículos que
sejam essenciais para a vida das pessoas ou para a atividade das suas empresas; não pode penhorar, ao
mesmo tempo, várias contas para uma mesma quantia; não pode continuar a não permitir a existência de uma
conta corrente e a valer-se disso para ficar com reembolsos de IVA ou com créditos que as empresas tenham
sobre clientes.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
Se não é capaz de criar a conta corrente, então, não pode ter, para si, privilégios que o contribuinte não tem
na sua relação com o Estado para pagar as suas dívidas.
Aplausos do CDS-PP.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As intervenções das bancadas da esquerda neste debate falaram
muito sobre campanha eleitoral e percebeu-se porquê. Os senhores têm medo daquilo que é o debate da
próxima campanha eleitoral e isso viu-se pelas intervenções que aqui fizeram.
Protestos do Deputado do PS Nuno Sá e do Deputado do PCP João Oliveira.
Ao fim de quatro anos, continuaram a falar, não do que vem de há quatro anos até agora, mas do que
aconteceu há oito anos.
Aplausos do CDS-PP.
Os senhores é que acham que não vão fazer uma campanha eleitoral a falar do Governo que cessa funções
agora mas, sim, a falar do Governo que cessou funções há quatro anos.
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do Deputado do PS Nuno Sá.
Sr.as e Srs. Deputados, permitam-me que lhes deixe apenas este conselho: da última vez que fomos a votos,
os portugueses julgaram esse Governo de que os senhores falam e nenhuma das bancadas das esquerdas
ganhou as eleições. Por isso, se calhar, esse não será o melhor caminho para poderem fazer essa avaliação.
Mas indo ao conteúdo das intervenções das esquerdas, e não apenas ao enredo político, o que é certo é que
nenhuma dessas bancadas defendeu os abusos que a Autoridade Tributária tem feito nos últimos tempos, mas
ninguém contrariou nenhuma das propostas do CDS que a Sr.ª Deputada Cecília Meireles apresentou e que
acabei de repetir, da mesma forma que ninguém apresentou outras alternativas que não estas que o CDS
apresentou.
Por isso, a conclusão deste debate é muito simples: se o Estado nunca ficou com tanto daquilo que as
famílias e as empresas produzem e se a máquina fiscal nunca perseguiu tanto os contribuintes como persegue
neste momento, é altura de ter como prioridade, em matéria de política fiscal, o equilíbrio da relação entre os
contribuintes e o fisco, e, de uma vez por todas, que a defesa do contribuinte passe por redução de taxas mas
também por limitar os abusos do fisco.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Concluído o debate requerido pelo CDS-PP, sobre o tema «em defesa dos contribuintes
contra os abusos da Autoridade Tributária», chegámos, assim, ao final da ordem do dia.
Resta-me, pois, anunciar a agenda da reunião plenária da próxima sexta-feira, dia 21 de junho, com início às
10 horas.